Boa tarde, pessoal do 6ºA!
Espero
que vocês estejam bem ;)
Nesta
semana, iremos estudar o texto narrativo e os elementos que o compõem. Para
tanto, leremos um conto de assombração/ mistério, Maria Angula. Depois de realizar a atividade, enviem as respostas
para o e-mail: mmaraujo@prof.educacao.sp.gov.br, até o dia
16.11.2020.
Assunto: Leitura e
estudo de elementos do texto narrativo.
I. Leia o conto a
seguir para depois responder ao que se pede. Procure ler em voz alta para
destacar as vozes do narrador e personagens.
Maria
Angula
Assim viveu Maria
Angula até os dezesseis anos, decidida a armar confusão entre os vizinhos, sem
ter tempo para aprender a cuidar e a preparar pratos saborosos.
Quando
Maria Angula se casou, começaram os seus problemas. No primeiro dia, o marido
pediu-lhe que fizesse uma sopa de pão com miúdos, mas ela não tinha a menor
ideia de como prepará-la.
Queimando as mãos
com uma mecha embebida em gordura, acendeu o carvão e levou ao fogo um
caldeirão com água, sal e colorau, mas não conseguiu sair disso: não fazia
ideia de como continuar.
Maria lembrou-se
então de que na casa vizinha morava dona Mercedes, cozinheira de mão-cheia, e,
sem pensar duas vezes, correu até lá.
— Minha cara
vizinha, por acaso a senhora sabe fazer sopa de pão com miúdos?
— Claro, dona
Maria. É assim: primeiro coloca-se o pão de molho em uma xícara de leite,
depois despeja-se este pão no caldo e, antes que ferva, acrescentam-se os
miúdos.
— Só isso?
— Só, vizinha.
— Ah — disse Maria
Angula —, mas isso eu já sabia!
E voou para a sua
cozinha a fim de não esquecer a receita.
No dia seguinte,
como o marido lhe pediu que fizesse um ensopado de batatas com toicinho, a
história se repetiu:
— Dona Mercedes, a
senhora sabe como se faz o ensopado de batatas com toicinho?
E como da outra
vez, tão logo a sua boa amiga lhe deu todas as explicações, Maria Angula
exclamou:
— Ah! É só? Mas
isso eu já sabia! — E correu imediatamente para casa a fim de prepará-lo.
Como isso acontecia
todas as manhãs, dona Mercedes acabou se “enfezando”. Maria Angula vinha sempre
com a mesma história: "Ah, é assim que se faz o arroz com carneiro? Mas
isso eu já sabia! Ah, é assim que se prepara a dobradinha? Mas isso eu já
sabia!". Por isso a mulher decidiu dar-lhe uma lição e, no dia seguinte…
— Dona Mercedinha!
— O que deseja,
dona Maria?
— Nada, querida,
só que meu marido quer comer no jantar um caldo de tripas e bucho e eu…
— Ah, mas isso é
fácil demais! — disse dona Mercedes. E antes que Maria Angula a interrompesse, continuou:
— Veja: vá ao
cemitério levando um facão bem afiado. Depois espere chegar o último defunto do
dia e, sem que ninguém a veja, retire as tripas e o estômago dele. Ao chegar em
casa, lave-os muito bem e cozinhe-os com água, sal e cebolas. Depois que ferver
uns dez minutos, acrescente alguns grãos de amendoim e está pronto. É o prato
mais saboroso que existe.
— Ah! — disse como
sempre Maria Angula. — É só? Mas isso eu já sabia!
E, num piscar de
olhos, estava ela no cemitério, esperando pela chegada do defunto mais
fresquinho. [...]Teve ímpetos de fugir, mas o próprio medo a deteve ali. [...]
Voltou para casa e logo que conseguiu recuperar a calma, preparou a janta
macabra que, sem saber, o marido comeu lambendo-se os beiços.
Nessa mesma noite,
enquanto Maria Angula e o marido dormiam, escutaram-se uns gemidos nas
redondezas. Ela acordou sobressaltada. O vento zumbia misteriosamente nas
janelas, sacudindo-as, e de fora vinham uns ruídos muito estranhos, de meter
medo a qualquer um.
De súbito, Maria
Angula começou a ouvir um rangido nas escadas. Eram os passos de alguém que
subia em direção ao seu quarto, com um andar dificultoso e retumbante, e que se
deteve diante da porta. Fez-se um minuto eterno de silêncio e logo depois Maria
Angula viu o resplendor fosforescente de um fantasma. Um grito surdo e prolongado
paralisou-a.
— Maria Angula,
devolva as minhas tripas e o meu estômago, que você roubou da minha santa
sepultura!
Maria Angula
sentou-se na cama, horrorizada, e, com os olhos esbugalhados de tanto medo, viu
a porta se abrir, empurrada lentamente por essa figura luminosa e descarnada. A
mulher perdeu a fala. Ali, diante dela, estava o defunto, que avançava
mostrando-lhe o seu semblante rígido e o seu ventre esvaziado.
— Maria Angula,
devolva as minhas tripas e o meu estômago, que você roubou da minha santa
sepultura!
Aterrorizada,
escondeu-se debaixo das cobertas para não vê-lo, mas imediatamente sentiu umas
mãos frias e ossudas puxarem-na pelas pernas e arrastarem-na gritando:
— Maria Angula,
devolva as minhas tripas e o meu estômago, que você roubou da minha santa
sepultura!
Quando Manuel
acordou, não encontrou mais a esposa e, muito embora tenha procurado por ela em
toda parte, jamais soube do seu paradeiro.
a)Agora que você leu o texto, registre as impressões que você teve sobre o
conto após a leitura.
b) Numere de
acordo com a ordem do texto.
1) (___) A moça
viveu até os dezesseis anos, decidida a armar confusão entre os vizinhos, sem
ter tempo para aprender a cuidar e a preparar pratos saborosos.
2) (___) Quando Maria Angula se casou, começaram os seus problemas
3) (___) Dona Mercedes, cozinheira de mão-cheia, morava na casa
vizinha e Maria corria até ela toda vez que precisava de alguma receita.
4) (___) Maria Angula começou a ouvir um rangido nas escadas e
aterrorizada sentiu as mãos frias a puxar-lhe as pernas.
5) (___) Maria Angula era uma menina alegre e viva, filha de um
fazendeiro de Cayambe.
6) (___) Até que a mulher decidiu dar-lhe uma lição e
ensinou-lhe uma receita macabra.
7) (___) Quando Manuel acordou, não encontrou mais a esposa e, muito
embora tenha procurado por ela em toda parte, jamais soube do seu paradeiro.
8) (___) Num piscar de olhos, estava ela no cemitério,
esperando pela chegada do defunto mais fresquinho.
c)
Preencha o quadro a seguir com os elementos do texto.
Elementos da narrativa |
|||
Narrador (1ª ou 3º pessoa) |
Personagens (quem viveu a história) |
Espaço (lugar onde aconteceu a história) |
Tempo (quando aconteceu a história) |
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|
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Enredo (a história na ordem em que os eventos ocorreram) |
d)Este conto é um conto fictício da tradição oral equatoriana. Você conhece algum conto deste tipo da tradição brasileira? Qual?
II.
Faça um desenho de um espaço/ lugar onde possa acontecer uma história de
assombração/ mistério. Se preferir, você pode escolher uma imagem, ao invés de
desenhar.
Bibliografia:
https://www.ahoradecolorir.com.br/2019/05/conto-de-assombracao-maria-angula.html
Observações: Leiam as questões da atividade com bastante atenção. Se houver dúvidas, não deixem de perguntar.
Até mais,
Profª Maria Margarida
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