1.1. A PALAVRA SOCIOLOGIA
A palavra sociologia foi criada pelo pensador francês
Augusto Comte em 1839 em seu curso de filosofia positiva. A palavra sociologia
é híbrida, isto é, ela é formada por duas línguas diferentes: Sócio do
latim significa social ou sociedade, logia do grego significa
estudo, formando assim, o “estudo do social” ou “estudo da sociedade”.
1.2. CONCEITOS DE SOCIOLOGIA
A sociologia possui uma infinidade de conceitos para
identificá-la e explicá-la, diferenciando-a de outras ciências ou tipos de
conhecimentos. Vejamos alguns conceitos segundo alguns sociólogos: para
Durkheim “a sociologia é a ciência das instituições”; para L. Ward e W. G.
Summer “a sociologia é a ciência da sociedade”; para F. H. Gilddings “a
sociologia é a ciência dos fenômenos sociais”. Ela também já foi definida por
Robert Park como “ciência do comportamento coletivo”, por Small de “ciência das
relações humanas”. Para Weber a “sociologia é a ciência que procura uma
compreensão interpretativa da ação social para a partir daí chegar à explicação
causal do seu sentido e dos seus efeitos”.
Para alguns sociólogos brasileiros como Carlos Benedito
Martins a “sociologia é o resultado de uma tentativa de compreensão de
situações sociais radicalmente novas criada pela então sociedade capitalista”;
para Costa Pinto a “sociologia é o estudo científico da formação, organização e
transformação da sociedade humana”.
1.3. OBJETIVO, OBJETO, CAMPO DE ESTUDO E IMPORTÂNCIA.
O objetivo da sociologia é aumentar ao máximo o conhecimento
do homem e da sociedade através da investigação científica.
O objeto de estudo da sociologia é os fenômenos sociais,
isto é, tudo aquilo que se refere às relações entre as pessoas, suas questões
nos seus grupos sociais ou entre os grupos dinamizando a sociedade como um
todo.
O campo de estudo da sociologia é a sociedade como um todo,
envolvendo todas as suas particularidades, sejam em características políticas,
econômicas, sociais, culturais, históricas, etc.
A sociologia é importante porque nos permite compreender
melhor a sociedade em que vivemos e conseqüentemente, explicar e buscar
soluções para a complexidade das questões sociais. Assim a sociologia vem se
tornando uma ciência imprescindível para o conhecimento do mundo atual.
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1ª – ATIVIDADE – Responda em seu caderno:
a) – Explique o significado da palavra sociologia.
b) – O que é social?
c) – O que é sociedade?
d) – Formule um conceito de sociologia.
e) – Qual o objetivo, objeto, campo de estudo e importância
da sociologia?
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1.4. A SOCIOLOGIA E AS DEMAIS CIÊNCIAS SOCIAIS
Com a complexidade do mundo social e o avanço do
conhecimento, tornou-se necessária uma divisão das ciências sociais em diversas
disciplinas, com a finalidade de produzir um conhecimento mais rigoroso e
criterioso, facilitando a sistematização do estudo e das pesquisas. Assim
podemos destacar algumas ciências sociais que contribuem para os estudos
sociológicos e o entendimento do mundo social:
Economia – estuda as atividades ligadas à
produção, distribuição, circulação de bens e serviços;
Ciência política – estuda a distribuição de
poder nas sociedades, bem como a formação e o desenvolvimento das diversas
formas de governos;
Antropologia – estuda e pesquisa as semelhanças
e diferenças culturais entre os vários agrupamentos humanos, assim como a
origem e a evolução das culturas.
1.5. O CONHECIMENTO SOCIOLÓGICO
A sociologia se baseia no conhecimento científico, por isso,
utiliza-se das regras metodológicas da ciência social como a pesquisa, a
objetividade, a observação, as entrevistas e questionários.
1.6. O SER SOCIOLÓGICO E O SER BIOLÓGICO
Observando a sociedade, percebemos que as pessoas caminham,
correm, dormem, respiram – isso é biológico (orgânico). Mas as pessoas também
cooperam umas com as outras no trabalho, recebem salários, descontam cheques,
entram em greve, estudam, namoram, casam e etc – isso é sociológico
(superorgânico); são essas atividades que fazem do homem um ser sociológico e,
que merecem toda a atenção da sociologia enquanto ciência que busca a
compreensão e explicação dos diversos tipos de relações sociais.
1.7. PRINCIPAIS TEMAS SOCIOLÓGICOS
Como a sociedade é formada pelos diversos tipos de relações
sociais, a sociologia se interessa por essas relações que dinamizam a
sociedade, por isso, seus principais temas se envolvem e se confundem dentro da
complexidade das relações sociais - dentro dos grupos sociais: da família, de
amigos, do trabalho, da cultura, da ideologia, da cidadania, da política, da
economia, isto é, em todos os níveis de relações sociais.
1.8. A SOCIOLOGIA EM NOSSO COTIDIANO
A sociologia convive constantemente em nosso dia-a-dia.
Vivemos em sociedade, estamos sempre nos relacionando com outras pessoas
através dos grupos sociais, quando não estamos em casa com o nosso grupo
familiar, estamos na rua com o grupo de amigos ou na escola nos relacionando
com os colegas, enfim estamos sempre nos relacionando socialmente. Fazemos
parte de um sistema estrutural e conjuntural no qual precisamos compreender e
descobrir que muitos fatos (“problemas”) que ocorrem em nossa vida diária esta
ligada às condições sociais. É neste conjunto de ralações sociais que a
sociologia busca compreender e explicar a sociedade, nossa complexidade,
antagonismo, harmonia, crises, etc.
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2ª – ATIVIDADE – Responda em seu caderno:
a) – Cite e explique as principais ciências sociais.
b) – Em que se baseia o conhecimento sociológico?
c) – Diferencie o ser sociológico do ser biológico.
d) – Cite alguns temas de interesse da sociologia.
e) – Explique como o conhecimento sociológico pode ser
importante em nosso cotidiano?
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2.1. HISTÓRIA DO PENSAMENTO SOCIOLÓGICO
A busca de compreensão e explicação da sociedade já existia
desde a Antiguidade, passando pelo Período Medieval e Idade Moderna, mas este
pensamento não tinha uma base sociológica, pois os filósofos dessa época
acreditavam que Deus e a natureza controlavam a sociedade, teorizavam modelos
de sociedades ideais requisitando às pessoas que seguissem esses modelos, por
isso, durante todos esses períodos o pensamento sobre o social estava
influenciado por um caráter normativo (estabelecer regras para
vida social) e finalista (objetivo de uma organização social
ideal), impedindo um entendimento científico da realidade social. Outro fator
que contribuiu para a inexistência da sociologia foi o fato de que as
sociedades pré-capitalistas eram relativamente estáveis, o ritmo e o nível das
mudanças eram razoavelmente lentos, não se percebendo a sociedade enquanto um
“problema” merecedor de análises e investigação minuciosa (científica).
2.2. TEORIAS QUE INFLUENCIARAM NA FORMAÇÃO DA SOCIOLOGIA
Para a sociologia se consolidar como ciência ela teve que
abandonar seu caráter normativo e finalista. Por isso, ela sofreu a influência
de teorias e métodos das ciências biológicas e naturais: a teoria
evolucionista de Charles Darwin (1809-1882), onde diz que ao longo de
milhões de anos todas as espécies de seres vivos evoluíram; A biologia foi
outra ciência que influenciou na cientificidade sociológica, através de Herbert
Spencer (1820-1903), que criou uma sociologia organicista onde
se fazia uma analogia do organismo vivo com a sociedade. Neste contexto foi
fundamental aceitar a idéia de que os fenômenos sociais obedecem a leis
naturais, embora produzidas pelos homens, esta foi a importância do positivismo que
deu os primeiros passos para a cientificidade da sociologia. Foi, por isso,
também, que logo no seu início, a sociologia recebeu outros nomes como
fisiologia social (por Saint-Simon), ou física social (por Augusto Comte).
Outros teóricos fizeram suas interpretações sociais buscando
dar à sociologia um caráter de ciência, buscando a consolidação definitiva
sobre um conhecimento verdadeiro e importante para a sociedade; estes
desenvolveram um conhecimento científico-social onde abrange todos os aspectos
da sociedade, utilizando-se de outras ciências sociais como a economia (produção
material), política (relações de poder), antropologia (aspectos culturais) e
outras. Neste processo foram importantes as contribuições de Karl Marx, Emile
Durkheim e Max Weber.
2.3. FATORES HISTÓRICOS
Os fatores ou transformações históricas que contribuíram
para a consolidação do capitalismo e o surgimento da sociologia estão
relacionados ao contexto geral da transição do feudalismo para
o capitalismo, onde podemos destacar:
Os fatores históricos que vinham ocorrendo desde o século
XVI como:
Reforma Protestante (mudança religiosa), Formação dos
Estados Nacionais e o Absolutismo (mudança política e territorial), Grandes
navegações (mudança geográfica), Humanismo/Renascimento (mudança cultural),
Revolução científica (mudança na ciência), Iluminismo (mudança ideológica).
As transformações socioeconômicas do século XVIII
provocadas pela dupla revolução:
Revolução Francesa representou a mudança
política-jurídica na história das sociedades ocidental, baseado nos ideais
iluministas de liberdade, igualdade e fraternidade, a burguesia que já dominava
o poder econômico reivindicava agora o poder político, o que aconteceu durante
a revolução francesa. Assim adotaram novo regime político de representatividade
política e sistemas econômicos favoráveis aos seus interesses.
Revolução Industrial representou as
transformações de mudança socioeconômicas, com o surgimento das máquinas, com
maior divisão técnica do trabalho, com o aumento da produção, da urbanização,
do êxodo rural; a sociedade torna-se mais complexa e dinâmica, agravando-se
também as questões sociais como: crescimento acelerado do desemprego,
miséria, alcoolismo, prostituição e etc.
2.4. A RELAÇÃO DO CAPITALISMO COM A SOCIOLOGIA
O surgimento, a formação e o desenvolvimento da sociologia
está relacionados diretamente com a consolidação do capitalismo a partir
da Revolução industrial e da Revolução francesa do século
XVIII, que criaram novas condições sócio-econômicas e político-ideológico,
que caracterizam a sociedade capitalista, como o surgimento da indústria, da
relação entre burguesia e operário, de regimes políticos e leis burguesas.
O sistema capitalista possui uma estrutura social inédita na
história da humanidade, que nos instiga a uma reflexão sobre este sistema, suas
transformações, suas crises, seus antagonismos.
É dentro desse contexto que surge a necessidade de se
compreender e explicar essa nova realidade. Por isso, precisou-se de uma
ciência que estivesse voltada para essas transformações. A sociologia constitui
em certa medida uma resposta intelectual às novas situações geradas pela
nascente sociedade capitalista industrial.
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3ª– ATIVIDADE – Responda em seu caderno:
a) – Por que a sociologia não existia antes? O
que é um pensamento sociológico?
b) – Como era o pensamento social na antiguidade, idade
média e moderna?
c) – Que teorias influenciaram na formação da sociologia?
d) – Cite os fatores históricos que contribuíram para o
surgimento da sociologia.
e) – Que revoluções do século XVIII criaram as condições
para o surgimento da sociologia?
f) – Explique a relação da consolidação do capitalismo com o
surgimento da sociologia.
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2.5. AS CORRENTES SOCIOLÓGICAS
A existência de interesses opostos na sociedade capitalista
penetrou e invadiu a formação da sociologia, impedindo um entendimento comum
por parte dos pensadores, por isso, a sociologia se dividiu ideologicamente
entre a conservação e a transformação do status quo, dando margem ao nascimento
de diferentes tradições sociológicas (correntes sociológicas) que representam
as diferentes tendências ideológicas de compreensão e explicação da sociedade
capitalista. Assim, temos as primeiras teorias sobre as transformações
provocadas pelo capitalismo:
Profetas do passado – representados pelos
pensadores Edmund Burk (1729-1797), Joseph de Maistre (1753-1821) e Louis de
Bonald (1754-1840). Estes eram conservadores e tradicionalistas, tinham um
pensamento reacionário: condenavam o iluminismo e a revolução francesa,
culpavam pelo caos social, desorganização da família, da religião, das
corporações. Estes ideólogos eram apaixonados pelo equilíbrio das instituições
religiosas, monárquicas e aristocráticas da época feudal. Por isso, defendiam a
ordem e o equilíbrio da sociedade, preocuparam-se com o controle, integração,
posição, hierarquias sociais e também com os rituais da sociedade.
Socialismo utópico (ou romântico) – representados
por Saint-Simon (1760-1825), Charles Fourier (1772-1837), Pierre-Joseph
Proudhon (1809-1865), Louis Blanc (1811-1882) e Robert Owen (1771-1858). Estes
eram transformadores, mas românticos, pois acreditavam que os ricos
capitalistas voluntariamente abririam mão de suas riquezas partilhando com os
pobres; apelavam para a natureza boa do ser humano que foi pervertida pelo
sistema capitalista. Eram utópicos porque criticavam o capitalismo e anunciavam
os princípios de uma sociedade futura ideal, mas sem indicar os meios para
torná-la real.
Positivismo – O positivismo é uma matriz
teórico-filosófica que deu origem a uma sociologia conservadora e afirmadora da
sociedade capitalista. Representado por Augusto Comte (1798-1857) e Emile
Durkheim (1858-1917). Estes se dedicaram em buscar a estabilidade social,
preocuparam-se com os problemas da manutenção da ordem capitalista, queriam
estabelecer o bom funcionamento desta sociedade, pretendiam solucionar os
problemas sociais através da coerção física e da educação moral, esta seria a
função da sociologia enquanto ciência positiva.
Socialismo científico – representado por
Karl Marx (1818-1883) e Frederic Engels (1820-1895). As idéias marxianas eram
de base estritamente econômica, assim, todas as questões sociais tinham origem
na desigualdade econômica entre as classes proprietárias e as não proprietárias
dos meios de produção. Por isso, pretendiam realizar mudanças radicais nesta
sociedade através de uma revolução socialista do proletariado, introduzindo a
sociedade comunista como uma sociedade justa e igualitária. Essa perspectiva
despertou um pensamento sociológico crítico e negador da sociedade capitalista.
Funcionalismo – representa uma teoria
reprodutora e conservadora da sociedade capitalista. O principal representante
do funcionalismo é Emile Durkheim (1858-1917), este pensador estabelece
uma analogia entre a sociedade e o organismo biológico humano. Assim a
sociedade funciona graças a seu sistema orgânico, onde cada instituição ou
pessoa faz parte de relações funcionais, fazendo uma organização social de dependência
e complementaridade das atividades sociais, assim a sociedade é um todo
organizado e harmônico.
Marxismo – corresponde às várias
interpretações e continuação complementares das teorias de Karl Marx e Engels.
Entre seus principais representantes podemos destacar: Lênin (1870-1924), Rosa
Luxemburgo (1871-1919), Gramsci (1891-1937) e outros. Baseado no socialismo
científico e nas novas conjunturas e contexto em que viviam, estes pensadores
desenvolveram novas perspectivas teóricas e práticas, implementando assim o
socialismo real, diferente do socialismo ideal (proposto por Marx).
Escola de Chicago – fundada em 1892, seus
principais representantes são George Homans Cooley (1846-1929), Talcott Parsons
(1902), Robert K. Merton (1910). Estes foram influenciados pelo
positivismo e o funcionalismo do francês Durkheim, do polonês Malinowski
(1884-1942), e do italiano Vilfredo Pareto (1848-1923). Assim a sociologia
chegou aos E.U.A, através da escola de Chicago que desenvolveu a investigação
de campo, de dados empíricos neutros e objetivos, com procedimentos
quantitativos e estatísticos, foram pioneiros nos métodos ecológicos e
etnográficos; desvinculando-se da realidade concreta de sua época, construíram
vários conceitos arbitrários e artificiais, dedicando-se a casos isolados e
irrelevantes como as relações sociais em outras sociedades e outros momentos. A
sociologia norte-americana pretendia neutralizar os ideais e teorias do
socialismo marxista, entretanto, também romperam com o estilo dos clássicos que
se dedicaram a uma significação histórica como a formação do capitalismo e a
totalidade da vida social.
Escola de Frankfurt – fundada em 1923, sob
o nome de Instituto de Pesquisa Social, seus principais representantes são: Max
Horkheimer (1895-1973), Walter Benjamin (1892-1940), Theodor W. Adorno
(1906-1969), Herbert Marcuse (1898-1979) e Jurgem Habermas (1929). Sua
filosofia também é conhecida como Teoria crítica. Os frankfurtianos criticam a
dominação da natureza para fins lucrativos colocando a ciência e a técnica a
serviço do capital. Os frankfurtianos querem recuperar a razão não repressora,
capaz de autocrítica e a serviço da emancipação humana. Esses pensadores
reutilizam o conceito de iluminismo em sentido mais amplo – um pensador
iluminista sempre combate as supertições, o arbítrio do poder e defende o
pluralismo e a tolerância.
________________________________________________________________________________________
4ª – ATIVIDADE – Responda em seu caderno:
a) – O que são correntes sociológicas?
b) – Por que existem diferentes correntes sociológicas?
c) – Diferencie as idéias dos Profetas do Passado do
Positivismo?
d) – Diferencie o Socialismo Utópico do Socialismo
Científico.
e) – Diferencie o Marxismo de Funcionalismo.
f) – Diferencie as idéias propostas na Escola de Chicago da
Escola de Frankfurt
________________________________________________________________________________
2.6. OS CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA
Os primeiros pensadores que testemunharam as transformações
sociais que ocorriam desde o século XVIII e que se preocuparam em compreender e
explicá-las, não eram homens de ciência ou sociólogos que viviam desta
profissão. Eram antes de tudo homens voltados para a ação, que desejavam
introduzir determinadas modificações na sociedade. Participavam ativamente dos
debates ideológicos em que se envolviam as correntes liberais, conservadoras e
socialistas. Eles não desejaram introduzir um mero conhecimento sobre as novas
condições de vida geradas pela revolução industrial, mas procuravam extrair dele
orientações para a ação, tanto para manter, como para reformar ou modificar
radicalmente a sociedade de seu tempo. Entre esses pensadores
podemos destacar: Comte, Marx, Durkheim e Weber.
Estes são considerados clássicos da sociologia, pois seus pensamentos ainda têm
poder explicativo, sua vitalidade teórica e explicativa ainda alcança a era
contemporânea, embora apresente limitações.
COMTE MARX DURKHEIM WEBER
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5ª – ATIVIDADE – Responda em seu caderno:
a) – Cite os principais pensadores sociais do século XVIII
considerados clássicos da sociologia.
b) – Por que os primeiros os pensadores do século XVIII não
eram homens de ciência ou sociólogos que viviam dessa profissão?
c) – Por que os pensadores sociais do século XVIII não
desejavam apenas introduzir um mero conhecimento sobre as novas
condições de vida geradas pela revolução industrial?
d) – Por que os principais pensadores sociais do século
XVIII são considerados clássicos da sociologia?
_____________________________________________________________________________________________________
3.1. VIDA E OBRA
Isidore Augusto Marie François Xavier Comte, filósofo e
matemático francês, nasceu em Montpelier a 19 de janeiro de 1798. Foi
fundador do positivismo foi ele também que batizou com o nome de sociologia uma
nova ciência que antes ele chamava de “física social”. Augusto Comte foi
importante para a sociologia, pois, através de sua perspectiva positivista que
deu os primeiros passos para a cientificidade da sociologia, mas ainda
confundida com uma filosofia social e religiosidade de tipo ideologicamente
conservadora. Suas principais obras são: Curso de Filosofia Positiva e Sistema
de Política Positiva.
__________________________________________________________________________________________________
6ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Explique a importância de Augusto Comte para a
sociologia?
b) – Cite as principais obras de Augusto Comte.
c) – Que nome Comte usou pela primeira vez antes de
sociologia?
d) – Com o que é confundida a cientificidade de Comte?
e) – Comte é um pensador de tendência ideologicamente?
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3.2. OS TRÊS PRINCÍPIOS BÁSICOS DO POSITIVISMO COMTEANO
I – Prioridade do todo sobre as partes:
significa que, para compreender e explicar um fenômeno social particular
devemos analisá-lo no contexto global a que pertence. Considerava que tanto a
sociologia estática (estudo da ordem das sociedades em determinado momento
histórico) quanto à sociologia dinâmica (estudo da evolução das sociedades no
tempo) deveriam analisar a sociedade, de uma determinada época,
correlacionando-a a sua história e a história da humanidade (a sociologia de
Comte é, na realidade, sociologia comparada, tendo como quadro de referência a
história universal);
II – O progresso do conhecimento é característica da
sociedade humana: a sucessão de gerações, com seus conhecimentos permiti
uma cumulação de experiências e de saber que constitui um patrimônio espiritual
objetivo e liga as gerações entre si, existe uma coerência entre o estágio dos
conhecimentos e a organização social;
III – O homem é o mesmo por toda à parte e em todos
os termos: em virtude de possuir idêntica constituição biológica e sistema
cerebral.
________________________________________________________________________________________________________
7ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Cite os três princípios básicos do positivismo
comteano.
b) – Explique o primeiro principio básico do positivismo comteano.
c) – Diferencie sociologia estática de sociologia dinâmica
segundo os princípios comteano.
d) – Como é a sociologia de Comte?
e) – Como Comte explique o progresso da sociedade humana?
f) – Explique por que Comte diz que o “homem é o mesmo por
toda a parte e em todos os tempos”?
_____________________________________________________________________________________________________
3.3. A LEI DOS TRÊS ESTADOS
1°. Estado teológico ou fictício – na fase
inicial da evolução histórica, o mundo, a vida, os fenômenos em geral são
explicados através dos recursos das forças sobrenaturais, mágicas dos deuses,
primeiramente é a forma de feiticismo no monoteísmo.
A esta forma de conhecimento, corresponde uma forma de
organização sócio-política: o Governo Monárquico em que o poder real absoluto é
legitimado pelo direito divino. Aqui se explicam os diversos fenômenos através
de causas primeiras, em geral personificadas nos deuses. O estado teológico
subdividiu-se em:
a). Fetichismo, em que o homem confere vida,
ação e poder sobrenaturais a seres inanimados e a animais.
b). Politeísmo, quando atribui às diversas
potências sobrenaturais ou deuses certos traços da natureza humana (motivações,
vícios e virtudes).
c). Monoteísmo, quando se desenvolve a crença
num Deus único.
2º. Estado metafísico ou abstrato – nesta
fase assim como na anterior a sociedade ainda busca explicações de caráter
absoluto. A diferença é que a divindade é substituída por conceitos como a “essência”
e substância (a coisa em si), “causas primárias” (origem absoluta), “causas
finais” (destinado absoluto), que embora produzidos pela razão, não pode ser
comparadas objetivamente. A organização sócio-política próprio a esta fase é a
República liberal, fundamentada em suposições metafísicas, ou seja, nos
direitos humanos.
As causas primárias são substituídas por causas mais gerais
– as entidades metafísicas – , buscando nestas entidades (idéias) explicações
sobre a natureza das coisas e a causa dos acontecimentos.
3°. Estado positivo ou científico – é o
último estágio da evolução humana, em que a sociedade atinge o conhecimento
científico, isto é, verificável, objetivo e que se expressa em termos de leis
naturais. A filosofia de Comte é justamente uma análise do estado positivo. O
homem tenta compreender as relações entre as coisas e os acontecimentos através
da observação científica e do raciocínio, formulando leis; portanto, não mais
procura conhecer a última das coisas e as causas absolutas.
______________________________________________________________________________________________________
8ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a). Cite os três estados do progresso da evolução da
humanidade segundo a teoria de Comte.
b) – O que é o estado teológico ou fictício?
c) – Explique a que corresponde o estado teológico ou
fictício segundo uma organização sócio-política?
d) – Qual o segundo estado da evolução da humanidade segundo
a teoria de Comte?
e) – Diferencie o estado teológico do estado metafísico.
f) – Segundo Comte, qual o terceiro estado da evolução da
humanidade? E o que ele significa?
_________________________________________________________________________________________________________
3.4. O CONHECIMENTO POSITIVO
Segundo Comte, o único conhecimento válido é que se baseia
em fatos. Por isso, a imaginação deve estar completamente subordinada a
observação da realidade sensível e manipulável pela técnica. Constantemente,
abandona-se qualquer tentativa de conhecimento absoluto ou pelas causas, o
objetivo é chegar às leis, ou seja, as relações constantes que os fatos possuem
entre si.
Para Comte, somente a filosofia positivista, livre das
teologias e da metafísica, poderia superar as contradições da humanidade,
levando a alcançar o seu destino de progresso.
3.5. A CLASSIFICAÇÃO DAS CIÊNCIAS
Comte classificou as ciências segundo dois critérios
interdependentes:
a).O critério de generalidade decrescente e complexidade
crescente;
b).O critério histórico, a ordem histórica das ciências:
matemática, astronomia, física, química, biologia e sociologia.
3.6. A POLÍTICA POSITIVISTA
O fundamento da política positiva é: “o amor por
princípio, a ordem por base e o progresso por fim”. Só pode haver progresso
social na medida em que o governo mantém a ordem, reprimindo as manifestações
críticas, sufocando revoltas, garantindo desta forma a paz, a ordem e o
progresso.
Para Comte, o governo deve ser ditatorial, para poder
instaurar a nova moral positiva, subordinando os interesses individuais ao
coletivo, garantir a ordem social a qualquer custo.
3.7. A RELIGIÃO DA HUMANIDADE
Comte propôs uma religião positivista, cujo objeto de culto
é a própria humanidade, através da veneração dos motivos, principalmente os
filósofos e cientistas. Essa religião seria a base da política positiva, na
medida em que seus sacerdotes, os sábios deveriam inculcar na sociedade os
princípios morais.
_____________________________________________________________________________________________________
9ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Segundo Augusto Comte, o que é o conhecimento positivo?
b) – Como Comte classifica as ciências?
c) – Em que se fundamenta a política positivista?
d) – Para Comte, como deve ser o governo?
e) – Explique a religião da humanidade como uma religião
positivista proposta por Comte.
_____________________________________________________________________________________________________________
4.1. VIDA E OBRA
Karl Heinrich Marx nasceu em 5 de maio de 1818 em Trier
cidade situada na fronteira da Prússia Renana com a França. Marx foi
um dos principais pensadores do século XIX, ele foi fundador do socialismo
científico e grande ativista a favor da revolução proletária, apesar de não ser
um sociólogo de profissão, suas teorias despertaram a consciência de uma
sociologia crítica. Uma das principais características do pensamento de Marx é
a Práxis, isto é, não foi um teórico de gabinete ele aliava teoria e prática,
participando dos movimentos sociais e revolucionários. Era um pensador de
tendência ideológica transformadora, pretendia transformar a sociedade
capitalista em uma sociedade comunista através da revolução socialista
proletária. Entre suas principais obras podemos destacar: A Sagrada Família
(1845), A Ideologia Alemã (1845-1846), Miséria da Filosofia, Manifesto do
partido comunista, As lutas de classe na França (1850/59), o 18 Brumário de
Luis Bonaparte (1852/55), Crítica da economia política (1859) e O capital.
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
10ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Quem foi Karl Marx?
b) – Qual a principal característica do pensamento de Marx?
c) – O que é Práxis?
d) – Qual a tendência ideológica de Karl Marx?
e) – Quais as principais obras de Marx?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4.2. INFRAESTRUTURA (BASE) E SUPERESTRUTURA
Marx considerava que não se pode pensar a relação individuo
e sociedade separadamente das condições materiais em que essas relações se
apoiam. Para ele, as condições materiais de toda sociedade condicionam as
demais relações sociais. Em outras palavras, para viver, os homens têm de,
inicialmente transformar a natureza, ou seja, caçar, construir abrigos,
utensílios, etc., sem o que não poderiam existir como seres vivos. Por isso, o
estudo de qualquer sociedade deveria partir justamente das relações sociais (de
produção) que os homens estabelecem entre si e no processo de produção. Essas
relações sociais de produção são a base (infraestrutura) – é o modo de
produção, a maneira básica como a sociedade organiza a produção de bens.
A superestrutura repousa sobre a base e tem que refletir sua
forma, na produção da vida os homens geram também outra espécie de produtos que
não têm forma material: as ideologias políticas, concepções religiosas, códigos
morais e estéticos, sistemas legais, de ensino, de comunicação, o conhecimento
filosófico e científico, representações coletivas de sentimentos, ilusões,
modos de pensar e concepções de vida diversa e plasmada de um modo peculiar.
Para Marx, portanto, a produção é a raiz de toda a estrutura
social. Na sociedade antiga, por exemplo, a relação social básica era a relação
senhor x escravo. Não podemos, segundo Marx, entender a política ou a cultura
dessa época sem primeiramente estudar essa relação básica que condicionava todo
o resto da sociedade.
4.3. CLASSES SOCIAIS E LUTA DE CLASSES
Para Marx, o modo de produção capitalista se caracteriza
pela divisão da sociedade em classes, na exploração do trabalhador e na
alienação, gerando assim uma sociedade desigual, antagônica, injusta,
irracional e anárquica que deve ser substituída pelo socialismo através da
revolução proletária.
Segundo Marx, na sociedade capitalista as relações sociais
de produção definem duas grandes classes: de um lado, os capitalistas,
que são aquelas pessoas que possuem os meios de produção (máquinas,
ferramentas, capital, etc) necessários para transformar a natureza e produzir
mercadorias; do outro lado, os trabalhadores, também chamados, no seu conjunto,
de proletariados, aqueles que nada possuem, a não ser o seu corpo e
sua disposição para trabalhar. Assim o conceito de classe em Marx estabelece um
grupo de indivíduos que ocupam uma mesma posição no processo de produção e nas
relações de produção, em determinada sociedade. A classe a que pertencemos é
que condiciona de maneira decisiva nossa atuação social. Neste sentido, é
principalmente a situação de classe que condiciona a existência do individuo e
sua relação com o resto da sociedade: podemos compartilhar idéias, amizades e
comportamentos de indivíduos de outras classes, mas no momento de conflito,
como nas greves ou mesmo no mercado (consumo), as diferenças irão aparecer de
acordo com a classe a que pertencemos. Nessa relação de classes surgem a
“classe em si” e “classe para si”:
- “Classe em si” – quando o individuo não tem
consciência de classe, ele encontra-se em qualquer posição (status) na
estrutura econômica;
- “Classe para si” – quando a pessoa tem
consciência de classe, ele assume uma posição político-ideológica.
__________________________________________________________________
11ª – ATIVIDADE. Responda em caderno:
a) – Por que Marx considera que não se pode pensar a relação
individuo e sociedade separadamente das condições materiais que essas relações
se apoiam?
b) – Segundo Marx, o que se entende por infraestrutura e
superestrutura?
c) – Para Marx, o que caracteriza o modo de
produção capitalista?
d) – Para Marx, como a sociedade capitalista deve
ser substituída?
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______________________
CONTINUAÇÃO (11ª). Responda em seu caderno:
a) – Explique as duas grandes classes que existem
na sociedade capitalista definidas por Marx?
b) – Conceitue classe, segundo Karl Marx.
c) – Segundo Marx, o que condiciona ou determina a vida das
pessoas na sociedade capitalista?
d) – Diferencie “classe em si” de “classe para si”.
__________________________________________________________________________
4.4. MODO DE PRODUÇÃO E RELAÇÕES DE PRODUÇÃO
Ao viverem em sociedade, as pessoas participam diretamente
da produção, da distribuição e do consumo de bens e serviços, ou seja,
participam da vida econômica da sociedade. Para Marx, a produção é um processo de
transformação da natureza da qual resultam bens que vão satisfazer as
necessidades do homem. Portanto, produzir é dar uma nova combinação aos
elementos da natureza. O processo de produção compõe-se de três elementos
associados: trabalho, matéria-prima e instrumentos de produção:
Matéria-prima + instrumentos de produção = meios de
produção.
Meios de produção + trabalho = forças produtivas.
Relações de produção + forças produtivas = modo de produção.
No processo produtivo, os homens estão ligados entre si e
dependem uns dos outros. O trabalho é um ato social, no sentido de que é
realizado na sociedade. As relações que se estabelecem entre os homens na
produção, na troca e na distribuição dos bens são relações de produção. Essas
relações existem em todos os processos de produção, no caso capitalista, ela
ocorre antagonicamente entre os proprietários dos meios de produção e os
trabalhadores.
O modo de produção é a maneira pela qual a sociedade produz
seus bens e serviços, como os utiliza e como os distribui. Assim, numa
determinada época histórica, uma sociedade tem uma certa maneira de se
organizar para produzir e para distribuir sua produção. Nesta teoria as
relações de produção são o centro organizador de todos os aspectos da
sociedade. Isto é, como era a relação de produção na sociedade primitiva? Como
eram a relações de produção na sociedade escravista? Como eram as relações de
produção na sociedade feudal? Como são as relações de produção na sociedade
capitalista?
Para Marx, as forças produtivas alteram-se no percorrer da
história, antes se produzia com instrumentos simples hoje se utiliza
instrumentos complexos. Ao longo da história, os homens têm produzido aquilo de
que necessitam de vários modos e se organizado também. Por isso, segundo a
dialética marxista e seu materialismo histórico, pode-se afirmar que a história
da humanidade é a história da transformação da sociedade humana pelos diversos
modos de produção: modo de produção primitivo, modo de produção escravista,
modo de produção asiático, modo de produção feudal, modo de produção
capitalista e modo de produção socialista.
4.5. O CAPITAL E A MAIS-VALIA
Na obra O capital, Marx analisa detalhadamente as condições
do sistema capitalista, expõe suas contradições e limites. Neste livro, Marx
usa os princípios e categorias da dialética (filosofia) em uma questão
econômica, para que a classe trabalhadora tenha melhores instrumentos em sua
luta (prática social). Nesta obra ele desvenda a complexidade das relações
entre a acumulação capitalista e a força de trabalho.
A fórmula do capital: D - M - D¹ - M - D² - M - D³...
Para entender o processo da acumulação capitalista
precisamos conhecer os conceitos de mercadoria, dinheiro, capital, mais-valia,
lucro, salário, força de trabalho e como esses elementos se relacionam neste
processo: mercadoria= é tudo aquilo que se produz para ser vendido
ou trocado no mercado, ela possui dois valores, valor de uso (serve para
satisfazer necessidades pessoais) e valor de troca (serve para gerar
dinheiro/lucro/capital) um bem só se torna mercadoria quando passa a ter valor
de troca; força de trabalho= é a energia física e mental utilizada
para produzir bens ou serviços. A fonte de valor da mercadoria é a força de
trabalho, o valor da mercadoria é determinado pelo tempo de trabalho
socialmente necessário para produzi-la, sem trabalho os objetos não tem valor
de troca, logo não podem ser mercadorias; dinheiro= é uma
mercadoria especial que pelo costume ou lei monopoliza o posto de equivalente
geral capaz de comprar outras mercadorias que satisfazem algumas necessidades
humanas (tem valor de uso); capital= é a riqueza (dinheiro,
máquinas, matéria-prima) destinada a obter lucro que é reinvestido na obtenção
de mais riquezas; lucro= é uma parte variável (depende das
condições de mercado) da mais-valia derivada das vendas das mercadorias; salário=
é o valor pago para o trabalhador (força de trabalho) que não corresponde a
riqueza gerada por ele, mas a penas ao suficiente para sua manutenção e de seus
filhos (alimentação, roupas, habitação); mais-valia= é o valor a
mais, criado pelo trabalhador no processo produtivo e que não é repassado para
ele; é a diferença entre o valor da produção total e o valor pago pelo
trabalho, é o excedente da produção, tudo que é produzido além do valor do
salário. Para Marx, o processo de produção e de relação social na sociedade
capitalista se realiza de maneira desigual e de exploração, pois nesse processo
de produção e na relação capitalista é que surge a mais-valia.
A fórmula da mais-valia:
A ------- D ------------- C ----------------------- B
Existem dois tipos básicos de mais-valia:
-Mais-valia absoluta – cresce simplesmente
prolongando a jornada de trabalho;
-Mais-valia relativa – cresce em relação ao
aumento do sobre-trabalho e à correspondente diminuição do tempo de trabalho
necessário que ocorre através do uso de tecnologia.
4.6. ALIENAÇÃO
A palavra alienação vem do latim (alienare, alienus)
significa “que pertence a um outro”. Alius é o outro. Portanto, sob determinado
aspecto, alienar é tornar alheio, transferir para outrem o que é seu. Para
Marx, a alienação ocorre no processo produtivo e nas relações sociais de
produção capitalista. A alienação não é puramente teórica, manifesta-se na vida
real, a partir da divisão do trabalho, quando o produto do trabalho deixa de
pertencer a quem o produziu; a divisão do trabalho na sociedade capitalista
torna o homem um ser incompleto e não-realizado. O operário que trabalha em uma
fábrica e produz determinado objeto não escolhe seu próprio salário, o seu
horário ou ritmo da produção, isso é determinado por forças que lhe são
estranhas. Além de tudo isso, o produto produzido pelo operário não lhe é
reconhecido e nem lhe pertence, pois devido à divisão do trabalho ele executou
apenas uma parte da produção e recebeu um salário para tanto. Esta divisão do
trabalho gera também uma certa indiferença entre os trabalhadores que executam
atividades diferentes, ficando estranhos entre si. A alienação no processo
produtivo gera:
- Fetichismo da mercadoria – ocorre
quando a mercadoria passa a ser considerada mais importante que o individuo que
produziu. Ocorre quando o valor de troca (o que a mercadoria vale no mercado)
se torna superior ao valor de uso (o que a mercadoria vale por sua utilidade)
determinando as relações humanas.
- Reificação do trabalhador – (do
latim, res = coisa) ocorre quando o trabalhador se torna um mero instrumento
produtor de mercadoria, quando a força de trabalho da pessoa se torna
mercadoria e pode ser vendida e comprada em troca de um salário. “É a
humanização da mercadoria e a desumanização da pessoa”.
_____________________________________________________________________________________________________
12ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – O que é produção e quais os elementos que compõe este
processo?
b) – O que é modo de produção?
c) – Por que a dialética marxista e o materialismo histórico
afirmam que a história da humanidade é a história da transformação das
sociedades pelos modo de produção?
d) – O que Marx analisa e defende em sua obra “O Capital”?
e) – Qual a fórmula do capital?
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CONTINUAÇÃO (12ª). Responda em seu caderno:
a) – Explique os conceitos de: mercadoria, força de
trabalho, dinheiro, capital, lucro, salário e mais-valia.
b) – Explique a fórmula da mais-valia.
c) – Diferencie mais valia absoluta de mais-valia relativa.
d) – O que significa alienação?
e) – Como ocorre a alienação?
f) – Como a divisão do trabalho contribui para a alienação?
g) – O que a alienação no processo produtivo gera?
h) – Como ocorre o fetichismo da mercadoria?
i) – Como ocorre a reificação do trabalhador?
_______________________________________________________________________________
4.7. IDEOLOGIA
No seu livro A ideologia alemã, Marx se refere à ideologia
como um sistema elaborado de representações e de idéias, que correspondem a
formas de consciência que os homens tem em determinada época. Essas
representações e idéias são qualificadas como quimeras, formas imaginárias,
ilusão, sonho, enfim, algo que esta em oposição às condições materiais da vida
real. Aparece ai também a concepção de que a ideologia é a inversão da
realidade, no sentido de reflexo, como na câmara fotográfica, onde a imagem
aparece “invertida”. Marx diz que: “a existência condiciona a consciência”, ou
seja, não é consciência que determina a vida, é a vida que determina a
consciência.
Para Marx, a ideologia é “um sistema de crenças ilusórias
relacionadas a uma classe social determinada”. Por isso, ele diz: “as idéias
dominantes de uma época representam as idéias da classe dominante”.
Percebe-se nas teorias de Marx, que o tema ideologia veicula
uma relação fundamental que é a oposição entre o falso (ideologia) e o
verdadeiro (saber científico). O falso representa a ideologia e o verdadeiro é
representado pela ciência, que libertará o proletariado da dominação burguesa.
Segundo as teorias marxianas, a ideologia é um conjunto
lógico, sistemático e coerente de representações (idéias e valores) e de normas
ou regras (de conduta) que indicam e prescrevem aos membros da sociedade o que
devem pensar e como devem pensar, o que devem valorizar e como devem valorizar,
o que devem sentir e como devem sentir, o que devem fazer e como devem fazer. A
ideologia é, portanto, tem as seguintes características: é um corpo explicativo
(representações) e prático (normas, regras, preceitos) de caráter prescritivo,
normativo, regulador.
4.8. A FUNÇÃO DA IDEOLOGIA
A função da ideologia é dar aos membros de uma sociedade
dividida em classes uma explicação racional para as diferenças sociais,
políticas e culturais, sem jamais atribuir tais diferenças à divisão da sociedade
em classes, a partir das divisões na esfera da produção. Busca camuflar as
diferenças de classes sociais antagônicas e de fornecer aos membros da
sociedade o sentimento da identidade social, encontrando certos referenciais
identificadores de todos e para todos, como, por exemplo: a Humanidade, a
Liberdade, a Igualdade, a Nação, o Estado, a Pátria, o Progresso, a Família e
etc.
________________________________________________________________________________________________________
13ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Para Marx, o que é ideologia?
b) – Defina ideologia, segundo as teorias marxianas.
c) – Explique a frase: “as idéias dominantes de uma época
são as idéias da classe dominante”.
d) – Cite algumas características da ideologia.
e) – Qual a função da ideologia?
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4.9. A QUESTÃO DO MÉTODO EM MARX:
A DIALÉTICA MATERIALISTA e MATERIALISMO HISTÓRICO
Em termos de método, Marx enfatiza que o pesquisador não
deve se restringir à descrição da realidade social, mas deve também se ater á
análise de como essa realidade se produz e se reproduz ao longo da história.
Por exemplo, em relação às classes na sociedade capitalista não basta a
descrição das duas classes sociais existentes – a capitalista e a dos
trabalhadores –, mas é preciso mostrar a maneira como essas classes surgiram na
história, como o conflito entre elas se mantém e quais as possibilidades de transformação
dessas relações de classe no futuro. Mostrando as possibilidades de
transformação da realidade social, o cientista social pode desempenhar um papel
político revolucionário, ao tomar partido da classe trabalhadora. Por isso, em
Marx, a ciência tem um papel político necessariamente crítico em relação à
sociedade capitalista, devendo ser um instrumento não só de compreensão, mas
também de transformação da realidade. A metodologia sociológica de Marx
baseia-se na aplicação do seu materialismo dialético(concepção filosófica) aos
fenômenos sociais, que por sua vez, teve mérito de fundar uma teoria científica
de inegável alcance explicativo: o materialismo histórico(concepção
científica). A teoria da dialética materialista se resume em: tese, antítese e
síntese. E as características de sua dialética são: tudo se relaciona, tudo se
transforma, mudança qualitativa e luta dos contrários.
4.10. A CONCEPÇÃO DE ESTADO
Marx relacionou a existência do Estado às condições das
classes sociais existentes na sociedade. Assim, em vez do Estado imanente e
superior, acima dos homens (como pensavam os filósofos Hobbes, Locke e
Rousseau), Marx apresenta-o como um instrumento da classe dominante. A gênese
do Estado reside, portanto na divisão da sociedade em classes, sendo sua
principal função conservar e reproduzir esta divisão, garantindo os interesses
da classe que domina as outras classes.
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14ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Para Marx, qual o papel da ciência?
b) – Em que se baseia a metodologia sociológica de Marx?
c) – Cite as características da dialética
marxista.
d) – Explique como Marx analisa o papel do Estado na
sociedade?
______________________________________________________________________________________
5.1. VIDA E OBRA
David Émile Durkheim, sociólogo francês nasceu em Épinal
em 15 de abril de 1858, estudou na Ecole Normale Superfieure de Paris,
tendo-se doutorado em filosofia. Em 1885 foi estudar na Alemanha, sendo muito
influenciado pelas idéias do positivismo de Wilhelm Wundt. Durkheim é um dos
principais clássicos da sociologia, foi responsável pela introdução da
sociologia nas universidades como disciplina e ciência acadêmica. De tendência
ideológica conservadora, ele corresponde a uma corrente sociológica
funcionalista, cuja teorias e metodologia de caráter comparativas consolidaram
a sociologia como ciência social. Entre suas principais obras podemos destacar:
A divisão do trabalho social (1893), As regras do método sociológico (1894), O
suicídio (1897).
O sistema sociológico de Durkheim baseia-se em quatro
princípios fundamentais:
1º. A sociologia é uma ciência
independente das demais ciências sociais e da filosofia;
2º. A realidade social é formada pelos fenômenos
coletivos considerados como “coisas”;
3º. A causa de cada fato social deve ser
procurada entre os fenômenos sociais que antecedem. Para explicar um fenômeno
social deve-se procurar suas causas;
4º. Todos os fatos sociais são exteriores aos
indivíduos, formando uma realidade especifica.
_____________________________________________________________________________________________________
15ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Quem foi Emille Durkheim?
b) – Qual a tendência ideológica de Durkheim?
c) – A qual corrente sociológica Durkheim corresponde?
d) – Que caráter tem as teorias e metodologia de Durkheim?
e) – Cite as principais obras de
Durkheim.
f) – Explique os quatro princípios fundamentais do sistema
sociológico de Durkheim.
__________________________________________________________________________________________________________
5.2. A DIVISÃO DO TRABALHO E A SOLIDARIEDADE
Durkheim possuía uma visão otimista da nascente sociedade
capitalista industrial. Considerava que a crescente divisão do trabalho que
estava ocorrendo a todo vapor na sociedade européia e acarretava, ao invés de
conflitos sociais, um sensível aumento da solidariedade entre os homens.
De acordo com ele, cada membro da sociedade, tendo uma
atividade profissional mais especializada, passava a depender cada vez mais do
outro. Julgava, assim que o efeito mais importante da divisão de trabalho não
era o aspecto econômico, ou seja, o aumento da produtividade, mas
sim, o fato de que ela tornava possível a união e a solidariedade entre os
homens (de maneira funcional.). A origem da divisão do trabalho está na
densidade dinâmica ou moral, é o aumento das dimensões absolutas ou do volume
da sociedade que determina o processo da divisão do trabalho, que é o fator
preponderante de integração social na sociedade moderna. O progresso da divisão
do trabalho é o fio condutor do processo evolutivo que liga as formas de
sociedade mais simples às mais complexas, numa evolução de estrutura segmentar
a uma estrutura organizada – a divisão do trabalho progride quanto mais existem
indivíduos que estejam suficientemente em contato para poder agir e reagir uns
sobre os outros.
5.3. SOLIDARIEDADE MECÂNICA E SOLIDARIEDADE ORGÂNICA
(da sociedade tradicional à sociedade moderna)
Inspirado em idéias de Spencer e em um método analógico
(comparação), Durkheim desenvolveu a teoria no qual acreditava que as espécies
sociais à semelhança das espécies vivas podem ser classificadas numa escala
evolutiva das mais simples às mais complexas: caracterizou-se dois tipos de
sociedade que corresponderiam ao inferior e superior da escala evolutiva, ou
seja, de uma sociedade simples/tradicional à uma sociedade complexa/moderna;
tais tipos consistem em duas formas de solidariedade social – dois princípios
de integração entre indivíduos e grupos no interior das sociedades:
solidariedade mecânica e a solidariedade orgânica.
» solidariedade mecânica: ocorre quando a
consciência coletiva exerce um papel preponderante como princípio de integração
social. A sociedade se apresenta como um conjunto mais ou menos organizado de
crenças e sentimentos comuns a todos os indivíduos (membros do grupo) é a
semelhança de crenças e sentimentos que mantêm os indivíduos e grupos unidos
nesse tipo de sociedade todos exercem aproximadamente as mesmas atividades,
dividem os mesmos deuses. São sociedades primitivas (tribais), onde existe a
homogeneidade econômica e cultural. As consciências individuais são
subordinadas à consciência coletiva. O direito é repressivo, para manter a
coesão social.
» solidariedade orgânica: a integração
social é realizada a partir da diferenciação entre indivíduos e grupos no
interior da sociedade, existe um sistema de funções diferentes e especiais, que
unem relações definidas, trata-se da solidariedade produtiva pela divisão do
trabalho, que supõe precisamente a diferenciação e a complementaridade de
funções com forma de cooperação e entre os membros da sociedade. São sociedades
modernas que possuem uma organização complexa. O direito é restitutivo, não é
tanto para punir as condutas desviantes, mas impor a separação dos prejuízos
causados pelo descumprimento das obrigações profissionais ou funcionais
(juridicamente seria o direito civil, comercial, processual, administrativo).
______________________________________________________________________________________________________________
16ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Qual era a visão de Durkheim sobre a sociedade
capitalista industrial?
b) – Como Durkheim julgava a importância da divisão do
trabalho?
c) – Qual a origem e o progresso da divisão do trabalho na
sociedade?
d) – Explique a teoria de Durkheim no qual as sociedades
passam de uma sociedade simples/tradicional à uma sociedade complexa/moderna.
e) – Explique a diferença de uma sociedade tradicional e uma
sociedade moderna destacando os dois tipos de solidariedade mecânica e orgânica
desenvolvida por Durkheim.
______________________________________________________________________________________________________________
5.4. A QUESTÃO PATOLÓGICA E ANÔMICA DA SOCIEDADE
Durkheim é também admirado pelo estudo dos problemas da
personalidade, realizado em sua obra O suicídio (1897), em que a
divisão do trabalho é tratada como um desenvolvimento normal da sociedade
humana, que propicia o aumento da iniciativa pessoal em detrimento da
autoridade exercida pela tradição. Entretanto, o número crescente de suicidas
nas sociedades desenvolvidas foi por ele considerado como um traço patológico
na organização social. Nesse sentido, Durkheim descreve três tipos de
suicídios:
* Altruísta – quando o individuo fortemente
ligado a um grupo não distingue entre seus próprios interesses e os do grupo,
sendo capaz de sacrificar-se por ele. É o caso de soldados que se sacrificam
para salvar companheiros. Esse tipo de suicídio também pode ser levado a efeito
pelo individuo que deixa de satisfazer os padrões do grupo: a morte é, então,
preferível a qualquer outra coisa;
* Egoísta – é o suicídio que ocorre quando
o individuo não está envolvido com ninguém nem com nenhuma causa, faltando-lhe
laços emocionais que lhe tornem a vida digna de viver;
* Anômico – é o suicídio que se manifesta
quando o individuo participa de uma sociedade caracterizada pela anomia
(ausência de regras, sem normas), sendo comum em épocas de depressão econômica.
A importância de O suicídio está intimamente relacionada aos
esclarecimentos que presta quanto ao relacionamento humano, tanto no que se
refere aos grupos quanto ao que diz respeito às normas dos grupos.
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17ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Como Durkheim considera o número crescente de suicídios
na sociedade moderna?
b) – Como se chama a o obra no qual Durkheim desenvolve um
estudo sobre a personalidade?
c) – Cite os três tipos de suicídio estudados por Durkheim.
d) – Explique o que é um suicídio Altruísta?
e) – Explique o que é um suicídio Egoísta?
f) – Explique o que é u suicídio Anômico?
g) – Qual a importância do estudo do suicídio?
___________________________________________________________________________________________________________
5.5. O MÉTODO DE ESTUDO DA SOCIOLOGIA
Em sua obra As regras do método sociológico (1894),
Durkheim propõem alguns procedimentos aos pesquisadores: o método de uma
ciência consiste no conjunto de regras que o pesquisador deve seguir para
realizar, de maneira correta, suas pesquisas. Como Durkheim enfatiza o caráter
exterior e coercitivo dos fatos sociais, ele colocará como regra básica de seu
método que o pesquisador deve analisar os fatos sociais como se eles fossem
coisas, isto é, como se fossem objetos que existem independentemente de nossas
idéias e vontades. Com isso, Durkheim enfatiza como fundamental para uma
pesquisa científica a posição de neutralidade e objetividade que o pesquisador
deve descrever a realidade social, sem deixar que suas idéias e opiniões
interfiram na observação dos fatos sociais.
5.6. FATO SOCIAL
Para Durkheim, na relação individuo e sociedade, ele destaca
que a sociedade prevalece sobre o individuo. A sociedade é, para esse autor, um
conjunto de normas de ação, pensamento e sentimento que não existem apenas na
consciência dos indivíduos, mas que são construídos exteriormente. Isto é, fora
das consciências individuais. Em outras palavras, na vida em sociedade o homem
defronta com regras de conduta que não foram diretamente criadas por ele, mas
que existem e são aceitas na vida em sociedade, devendo ser seguidas por todos.
Sem essas regras, a sociedade não existiria e é por isso que os indivíduos
devem obedecê-las. Os fatos sociais são os modos de pensar, sentir e agir de um
grupo social. O modo de vestir, a língua, o sistema monetário, a religião e uma
infinidade de outros fenômenos são consideradas fatos sociais.
As leis são um bom exemplo do raciocínio de Durkheim. Em
toda sociedade existem leis que organizam a vida em conjunto. O individuo
isolado não cria leis nem pode modificá-las. São as gerações de homens que vão
criando e reformulando coletivamente as leis. Essas leis são transmitidas para
as gerações seguintes na forma de códigos, decretos, constituições, etc. como
indivíduos isolados, temos de aceita-las; sob pena de sofrer castigos por
viola-las.
Seguindo essas idéias, Durkheim afirmara que os fatos sociais,
ou seja, o objeto de estudo da sociologia, é justamente essas regras e normas
coletivas que orientam a vida dos indivíduos em sociedade. Tais fatos sociais
são diferentes dos fatos estudados por outras ciências por terem origem na
sociedade, e não na natureza (como nas ciências naturais) ou no individuo (na
psicologia).
5.7. CARACTERÍSTICAS DO FATO SOCIAL
Esses fatos sociais têm três características básicas que
permitirão sua identificação na realidade, elas são: gerais, exteriores e
coercitivos.
1ª. Generalidade – o fato social é comum
aos membros de um grupo;
2ª. Exterioridade – o fato social é externo
ao individuo, existe independentemente de sua vontade. Isto é, consistem em
idéias, normas ou regras de conduta que não são criadas isoladamente pelos
indivíduos, mas foram criadas pela coletividade e já existem fora de nós quando
nascemos.
3ª. Coercitividade – os indivíduos vêem-se
obrigados a seguir o comportamento estabelecido porque essas idéias, normas e
regras devem ser seguidas pelos membros da sociedade; se isso não acontece, se
alguém desobedece a elas, é punido, de alguma maneira pelo resto do grupo.
É justamente a educação um dos exemplos preferidos por
Durkheim para mostrar o que é um fato social. O individuo, segundo ele, não
nasce sabendo previamente as normas de conduta necessárias para a vida em
sociedade. Por isso, toda sociedade tem de educar seus membros, fazendo com que
aprendam as regras necessárias à organização da vida social. As gerações
adultas transmitem às crianças e aos adolescentes aquilo que aprenderam ao
longo de sua vida em sociedade. Com isso, o grupo social é perpetuado, a pesar
da morte dos indivíduos.
O que a criança aprende na escola? Idéias, sentimentos e
hábitos que ela não possui quando nasce, mas que são essenciais para a vida em
sociedade. A linguagem, por exemplo, é aprendida, em grande medida, na escola.
Ninguém nasce conhecendo a língua de seu país. É necessário um aprendizado, que
começa já nos primeiros dias de vida e se prolonga no decorrer dos muitos anos na
escola, para que a criança consiga se comunicar de maneira adequada com seus
semelhantes. Sem o aprendizado da linguagem, a criança não poderia participar
da vida em sociedade.
5.8. INSTITUIÇÃO
Outro conceito importante para Durkheim é o de instituição.
Para ele, uma instituição é um conjunto de normas e regras de vida que se
consolidam fora dos indivíduos e que as gerações transmitem uma às outras. Há
ainda muitos outros exemplos de instituições: família, Estado, Igreja,
Exército, etc. Assim, para Durkheim é a sociedade, como coletividade, que
organiza, condiciona as ações individuais. O individuo aprende a seguir normas
e regras de ação que lhes são exteriores. Ou seja, que não foram criadas por
ele, e são coercitivas, pois limitam sua ação e prescreve punições para quem
não obedecer aos limites sociais. A função das instituições é socializar os
indivíduos, fazer com que eles assimilem as regras e normas necessárias à vida
em comum.
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18ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – O que Durkheim coloca como regra básica de seu método
de pesquisa?
b) – O que Durkheim enfatiza como fundamental para uma
pesquisa científica?
c) – Como Durkheim vê a relação individuo e sociedade?
d) – O que é sociedade para Durkheim?
e) – Para Durkheim, qual a importância das regras sociais?
f) – Na concepção de Durkheim, O que é fato social?
g) – Qual o objeto de estudo da sociologia, segundo
Durkheim?
h) – Cite e explique as características dos fatos sociais.
i) – Qual a importância da educação, segundo Durkheim?
j) – O que é instituição?, Cite exemplos e explique sua
função.
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6.1. VIDA E OBRA
Nascido em Erfut, a 21 de Abril de 1864, Max Weber
tornou-se um dos sociólogos e economistas político mais importante da Alemanha
nos séculos XIX e XX. Max Weber foi um dos mais importantes clássicos da
sociologia, pois suas teorias contribuem até hoje para a análise da vida
social. Filho de uma abastada família de comerciantes formou-se em direito e
economia nas Universidades de Berlim e de Heidelberg respectivamente. Mais
tarde trabalhou como professor nas Universidades de Berlim (1893), Freiburg
(1894), Heidelberg (1897), Viena (1917). Pode-se afirmar que a vida de Max
Weber foi totalmente dedicada aos estudos, à pesquisa e à participação ativa na
política alemã de seu tempo, principalmente mediante suas intervenções em
conferências, seus artigos para jornais e revistas e seus escritos publicados
em vida e postumamente. Max Weber é um pensador de tendência ideológica conservadora
e suas análises têm características histórico-comparativa. Entre suas
principais obras podemos destacar: A ética protestante e o espírito do
capitalismo e Economia e sociedade.
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19ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Quem foi Max Weber?
b) – Como foi a vida de Max Weber?
c) – Qual a tendência ideológica de Max Weber?
d) – Qual as características das análises teóricas de Weber?
e) – Quais as principais obras de Weber?
__________________________________________________________________________
6.2. A METODOLOGIA E A NEUTRALIDADE CIENTÍFICA
A sua insistência em compreender as motivações das ações
humanas levou-o a rejeitar a proposta do positivismo de transferir para a
sociologia a metodologia de investigação utilizada pelas ciências naturais. Não
havia, para ele, fundamento para esta resposta, uma vez que o sociólogo não
trabalha sobre uma matéria inerte, como acontece com as cientistas naturais.
Weber diz que o ponto chave de uma investigação sociológica é o individuo e sua
ação, é a compreensão da ação dos indivíduos e não a análise das “instituições
sociais” ou “grupo social” que vai nos permitir entender a sociedade. Para
compreender as instituições temos que partir das intenções e motivações dos
indivíduos que vivenciam estas situações sociais.
Ao contrário do positivismo, que dava maior ênfase aos
fatos, à realidade empírica, transformando geralmente o pesquisador num mero
registrador de informações, a metodologia de Weber atribuía-lhe um papel ativo
na elaboração do conhecimento.
A intenção de conferir à sociologia uma reputação científica
encontra na figura de Max Weber, um marco de referência. Durante toda a sua
vida, insistiu em estabelecer uma clara distinção entre o conhecimento
científico, fruto de cuidadosa investigação, e os julgamentos de valor sobre a
realidade. Com isso, desejava assinalar que um cientista não tinha o direito de
possuir, a partir de sua profissão, preferência políticas e ideológicas. No
entanto, julgava ele, sendo todo cientista também um cidadão, poderia ele
assumir posições apaixonadas em face dos problemas econômicos e políticos, mas
jamais deveria defende-los a partir de sua atividade profissional. Essa posição
de Weber, que tantas discussões têm provocado entre os cientistas sociais,
constitui, ao isolar a sociologia dos movimentos revolucionários, um dos
momentos decisivos da profissionalização dessa disciplina. A idéia de uma
ciência social neutra seria um argumento útil e fascinante para aqueles que
viviam e iriam viver da sociologia como profissão. Ela abria a possibilidade de
conceber a sociologia como um conjunto de técnicas neutras que poderiam ser
oferecidas a qualquer comprador público ou privado. Vários estudiosos da
formação da sociologia têm assinalado, no entanto, que a neutralidade defendida
por Weber foi um recurso utilizado por ele na luta pela liberdade intelectual,
uma forma de manter a autonomia da sociologia em face da burocracia e do Estado
alemão da época.
6.3. CIENTISTA x POLÍTICO
A busca de uma neutralidade científica levou Weber a
estabelecer uma rigorosa fronteira entre o cientista, homem do saber, das
análises frias e penetrantes; e o político, homem de ação e de decisão
comprometido com questões práticas da vida. O que a ciência tem a oferecer a
esse homem de ação, segundo Weber, é um entendimento claro de sua conduta, das
motivações e das conseqüências de seus atos.
A sociologia por ele desenvolvida considerava o indivíduo e
sua ação como ponto chave da investigação. Com isso, ele queria salientar que o
verdadeiro ponto de partida da sociologia era a compreensão da ação dos
indivíduos e não a análise das “instituições sociais” ou de “grupos sociais”,
tão enfatizadas pelo pensamento conservador. Com essa posição, não tinha a intenção
de negar a existência ou a importância dos fenômenos sociais, como o Estado, a
empresa capitalista, a sociedade anônima, mas tão somente a de ressaltar a
necessidade de compreender as intenções e motivações dos indivíduos que
vivenciam estas situações sociais.
A ciência não pode propor fins a ação prática: “uma ciência
empírica não está apta a ensinar a ninguém aquilo que ‘deve’, mas, sim, apenas
aquilo que ‘pode’ – em certas circunstâncias – aquilo que ‘quer fazer’”. O
domínio da ciência empírica deve ser definida como o dos meios e não como o dos
fins.
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20ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Segundo Weber, qual é ponto chave de uma investigação
sociológica?
b) – Por que Weber foi importante para a reputação
científica da sociologia?
c) – Por que Weber diferencia o cientista do político?
d) – O que Weber quis salientar ao dizer que o ponto chave
da investigação é o individuo e sua ação?
e) – Por que Weber afirma que a ciência não pode propor fins
a ação prática?
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6.4. A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPÍRITO DO CAPITALISMO
Vivendo em uma nação retardatária quanto ao desenvolvimento
capitalista, Weber procurou conhecer a fundo a essência do capitalismo moderno.
Ao contrário de Marx, Weber não considerava o capitalismo um sistema injusto,
irracional e anárquico. Para ele, as instituições produzidas pelo capitalismo,
como uma grande empresa, constituíam clara demonstração de uma organização
racional que desenvolvia suas atividades dentro de um padrão de precisão e
eficiência. Exaltou em diversas oportunidades a formação histórica das
sociedades inglesa e norte-americana, ressaltando a figura do empresário,
considerado às vezes um verdadeiro revolucionário. De certa forma, o seu elogio
a seu caráter antitradicional do capitalismo inglês, especialmente do
norte-americano, era a forma utilizada por ele para atacar os aspectos
retrógrados da sociedade alemã, principalmente os latifundiários prussianos.
Em sua obra: “A ética protestante e o espírito do
capitalismo”, Weber procurou demonstrar que a formação do capitalismo europeu
não seguiu apenas causalidades econômicas como propôs Karl Marx em suas teorias
estritamente economicistas. Para Weber, as idéias religiosas e éticas foram de
importância fundamental na formação do capitalismo, buscou também esclarecer os
caracteres específicos do capitalismo como um regime econômico de grande
desenvolvimento, principalmente nos países protestantes, especialmente naqueles
em que predominava o calvinismo. Para ele, não havia fundamento em admitir o
principio de que a economia dominasse as demais esferas da realidade social.
Esse estudo o levou a pesquisar também a história religiosa e social da Índia,
da China e do povo judeu. O resultado desse trabalho foi publicado em três
volumes sob o titulo Estudos Reunidos sobre a Sociologia das Religiões. Assim
Weber fundou uma nova ramificação da sociologia que foi a: Sociologia da
religião.
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21ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Por que Max Weber discordava de Marx sobre o
capitalismo?
b) – O que Weber buscou demonstrar em sua obra: A ética
protestante e o espirito do capitalismo”?
c) – Que ramificação da sociologia Weber fundou?
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6.5. TIPO IDEAL
É o instrumento principal da compreensão. Corresponde a um
processo que representa o primeiro nível de generalização de conceitos
absolutos e correspondendo as exigências lógicas da prova, então intimamente
ligados à realidade concreta e particular (de relações sociais).
Corresponde a um processo de conceituação que abstrai de
fenômenos concretos o que existe de particular, construindo assim um conceito
individualizante ou como diz o próprio Weber: “um conceito histórico concreto”.
É um procedimento metodológico que incorporam relações
sociais abstratas, características universais da ação social e conjuntura
histórica definida.
O tipo ideal não deve ser aceito somente como
generalizações, proposições, definições e hipóteses.
6.6. AÇÃO E RELAÇÃO SOCIAL
A ação é definida por Weber como toda conduta humana (ato,
omissão, permissão) dotada de um significado dado por quem a executa e que
orienta essa ação. Quando tal orientação tem vista a ação – passada, presente,
ou futura – de outro ou de outros agentes que podem ser “individualizados e
conhecidos ou uma pluralidade de indivíduos indeterminados e completamente
desconhecidos” – o público, a audiência de um programa, a família do agente etc
– a ação passa a ser definida como social. A ação é determinada pelas
intenções, motivações e expectativas de outros.
A relação social se refere à conduta de múltiplos agentes
que se orientam reciprocamente em conformidade com um conteúdo específico
(conflito, hostilidade, amizade, competição, atração sexual etc) do próprio
sentido das suas ações. As relações sociais podem ser de natureza transitória,
assimétrica: quando não há o mesmo sentido subjetivo e se expõe atitudes
diferentes sem reciprocidade, mas mutuamente orientado à mesma expectativa;
simétrica: quando a relação corresponde em suas expectativas o mesmo
significado para todos envolvidos.
6.7. AÇÃO SOCIAL
Para Weber a sociologia é a ciência que procura uma
compreensão interpretativa da ação social para a partir daí chegar à explicação
causal do seu sentido e dos seus efeitos.
Para Max Weber, a análise sociológica estará centrada nos
atores e em suas ações. O agente individual é a unidade da análise sociológica,
a única entidade capaz de conferir significado às suas ações. A sociedade não é
algo exterior e superior aos indivíduos; a sociedade pode ser compreendida a
partir do conjunto das ações individuais reciprocamente referidas. Por isso,
Weber define como objeto da sociologia a ação social, que é qualquer ação que o
individuo faz orientando-se pela ação de outros. Toda vez que se estabelecer
uma relação significativa, isto é, algum tipo de sentido entre várias ações
sociais, terá então relações sociais. Só existe ação social quando o individuo
tenta estabelecer algum tipo de comunicação a partir de suas ações com os
demais. Nem toda ação, desse ponto de vista, será social, mas apenas aquelas
que impliquem alguma orientação significativa visando outros indivíduos.
6.8. TIPOS DE AÇÃO SOCIAL
Weber afirma que podemos pensar em diferentes tipos de ação
social, agrupando-os de acordo com o modo pelo qual os indivíduos orientam suas
ações. Assim ele estabelece quatro tipos de ação social:
1º. Ação tradicional – que é
determinada por um costume ou um hábito arraigado;
2º. Ação afetiva – aquela
determinada por afetos ou estados sentimentais;
3º. Ação racional com relação a valores –
determinada pela crença consciente num valor considerado importante,
independente do êxito desse valor na realidade;
4º. Ação racional com relação a fins –
determinada pelo cálculo racional que coloca fins e organiza os meios
necessários.
Weber admite não existir ação pura todas são possíveis de
misturas.
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22ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – O que é o tipo ideal e o que ele corresponde?
b) – O que é ação?
c) – O que é relação social?
d) – O que é sociologia para Weber?
e) – Em que está centrada a análise sociológica?
f) – Qual o objeto de estudo da sociologia segundo Weber?
g) – Quando existe ação social?
h) – Cite e explique os diferentes tipos de ação social.
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6.9. TEORIA DA ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL: CLASSES,
ESTAMENTOS E PARTIDOS.
No estudo das relações sociais, Weber percebeu que nas
sociedades a existência de diferenças sociais pode ter vários
princípios explicativos, sendo que o critério de classificação mais relevante é
dado pela dominância, em cada unidade histórica, de uma forma de organização ou
pelo peso particular que cada uma das diversas esferas da vida coletiva possa
ter, essas esferas são: econômica, religiosa, política, jurídica, social,
cultural – cada uma com sua lógica particular de funcionamento. Assim Weber,
destacou as três esferas (dimensões) da sociedade, sendo que cada esfera possui
sua ordem de estratificação própria:
▪ Classes – refere-se a ordem econômica, o
interesse econômico é fator que cria uma classe, podendo-se até considerar que
as classes estão estratificadas segundo suas relações com a produção e a
aquisição de bens; a estratificação econômica é, portanto, representada pelos
rendimentos, bens e serviços que o individuo possui ou de que dispõe.
▪ Estamentos (status) – refere-se a ordem
social, onde os grupos de status estratificam-se em função do principio de
consumo de bens, representados por estilos de vida específicos, a
estratificação social é, portanto, evidenciada pelo prestigio e honra
desfrutados.
▪ Partidos – refere-se a ordem política, que
manifesta-se através do poder; a estratificação política é assim observada
através da distribuição do poder entre grupos e partidos políticos, entre
indivíduos no interior dos grupos e partidos, assim como entre os indivíduos na
esfera da ação política.
6.10. A CONCEPÇÃO DE ESTADO
Segundo Weber, o Estado é uma instituição social que mantém
o monopólio do uso legitimo da força física dentro de determinado território,
para que este estado exista é preciso que sua autoridade seja reconhecida como
legitima. Neste sentido, o Estado é definido por sua autoridade para gerar e
aplicar poder coletivo. Como acontece com todas as instituições sociais, o
Estado é organizado em torno de um conjunto de funções sociais, incluindo
manter a lei, a ordem e a estabilidade, resolver vários tipos de litígios
através do sistema judiciário, cobrar impostos, censo, identificação e registro
da população, alistamento militar, encarrega-se da defesa comum e cuidar do
bem-estar da população de maneira que estão além dos meios do indivíduo, tal
como implementar medidas de saúde pública, prover educação de massa etc.
6.11. DOMINAÇÃO E AUTORIDADE
Para Weber, os conceitos de dominação e autoridade
possibilitam a explicação da regularidade do conteúdo de ações e das relações
sociais ligada à determinada obediência dentro de determinados grupos sociais.
Segundo Weber, dominação é um estado de coisas pelo qual uma vontade manifesta
(mandato) do dominador ou dos dominadores influi sobre os atos de outros (do
dominado ou dos dominados), de tal modo que, em um grau socialmente relevante,
estes atos têm lugar como se os dominados tivessem adotado por si mesmos e como
máxima de sua ação o conteúdo do mandato (obediência). Assim destaca-se três
tipos de dominação legitima justificadas por motivos (fontes) de submissão ou princípios
de autoridades distintas:
* Racional-legal – se baseia na
racionalidade das leis, é um empreendimento contínuo de funções públicas,
empreendimento este que envolve regulamentos e registros escritos, bem como um
corpo de funcionários especializados. A dominação legal apresenta como
característica a noção mais ou menos disseminada de direito. Weber focaliza o
problema de que a autoridade dos governantes, baseada na legalidade, é limitada
pela ordem impessoal do direito, e que os governados (cidadãos) só devem
obediência a essa ordem impessoal. A mais típica forma de domínio legal é a
burocracia.
* Tradicional – é baseado na autoridade
pessoal do governante, investida por força do costume, é uma autoridade
discricionária, não submetida a princípios fixos e formais. Pertencem ao
domínio tradicionais tipos de dominação gerontocrática, tais como
patrimonialismo, patriarcalismo, sultanismo.
* Carismático – é baseado no carisma
(emoção), qualidade tida como excepcional de liderança, que se manifesta como
uma espécie de magnetismo pessoal mágico e que leva a pessoa carismática a ter
certa preponderância sobre as demais. Assim o carisma pode estar presente num
demagogo ou num ditador, num herói militar ou num líder revolucionário. É o
carisma encarnado na pessoa do chefe que leva os liderados a se entregar
emocionalmente a essa liderança pessoal.
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23ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Explique a teoria da estratificação social segundo
Weber.
b) – Explique a concepção de Estado para Weber.
c) – Qual a importância de estudo dos conceitos de dominação
e autoridade?
d) – O que é dominação para Weber?
e) – Cite e explique os três tipos de dominação legitima
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BIBLIOGRAFIA:
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Paulo: Editora Centauro, 2001.
CASTRO, A. M.; EDMUNDO, F. D. (Org.). Durkheim, Marx
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São Paulo: Harbra, 1981.
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Allan G. Dicionário de sociologia. Rio de Janeiro:
Zahar, 1997.
LOWY, Michael. Ideologia e ciência social –
elementos para uma análise marxista. São Paulo: editora Cortez, 2000.
MARTINS, Carlos Benedito. O que é sociologia.
São Paulo: Brasiliense, 1994.
MEKSENAS, Paulo. Sociologia. São Paulo: Cortez,
1993.
OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia.
São Paulo: Ática, 1994.
QUINTANEIRO, T.; BARBOSA, M. L. O.; OLIVEIRA, M. G. M. Um
toque de clássicos: Marx, Durkheim e Weber. Belo Horizonte: UFMG, 2002.
TOMAZI, Nelson Dacio. Iniciação à Sociologia.
São Paulo: Atual, 1993.
VIEIRA, Evaldo. Sociologia da Educação. São
Paulo: FTD 1996.
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Paulo: centauro, 2002.