CRONOGRAMA DE POSTAGENS


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6 ANOS e 7 ANOS
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domingo, 19 de julho de 2020

Preconceito


Semana de 20/07 à 24/07/2020
Olá turma!
Leia o texto, responda as questões e mande-me pelo e-mail:jesusoliveira@prof.educacao.sp.gov.br

Leia o texto a seguir:
O assalto

Quando a empregada entrou no elevador, o garoto entrou atrás. Devia ter uns dezesseis, dezessete anos. Preto. Desceram no mesmo andar. A empregada com o coração batendo. O corredor estava escuro, e a empregada sentiu que o garoto a seguia. Botou a chave na fechadura da porta de serviço, já em pânico. Com a porta aberta, virou-se de repente e gritou para o garoto:
_Não me bate!
_Senhora?
_Faça o que quiser, mas não me bate!
_Não, senhora, eu…
A dona da casa veio ver o que estava havendo. Viu o garoto na porta e o rosto apavorado da empregada e recuou, até pressionar as costas contra a geladeira.
_Você está armado?
_Eu? Não.
A empregada, que ainda não largara o pacote de compras, aconselhou a patroa, sem tirar os olhos do garoto:
_É melhor não fazer nada, madame. O melhor é não gritar.
_Eu não vou fazer nada, juro! _disse a patroa, quase aos prantos. _Você pode entrar. Pode fazer o que quiser. Não precisa usar a violência.
O garoto olhou de uma mulher para outra. Apalermado. Perguntou:
_Aqui é o 712?
_O que você quiser. Entre. Ninguém vai reagir.
O garoto hesitou, depois deu um passo para dentro da cozinha. A empregada e a patroa esgueirou-se pela parede até chegar à porta que dava para a seleta de almoço. Disse:
_Eu não tenho dinheiro. Mas o meu marido deve ter. Ele está em casa. Vou chamá-lo. Ele lhe dará tudo.
O garoto também estava com os olhos arregalados. Perguntou de novo:
_Este é o 712? Me disseram para pegar umas garrafas no 712.
A mulher chamou, com a voz trêmula:
_Henrique!
O marido apareceu na porta do gabinete. Viu o rosto da mulher, o rosto da empregada e o garoto e entendeu tudo. Chegou a hora de tirar a prova.
_O que você quer? _perguntou, dando-se conta em seguida do ridículo da pergunta. Mas sua voz estava firme.
Eu disse que você tinha dinheiro falou a mulher.
_Faço um trato com você _disse o marido para o garoto, _Dou tudo de valor que tem em casa, contanto que você não toque em ninguém.
E se as crianças chegarem de repente, pensou a mulher. Meu Deus, o que esse bandido vai fazer com as minhas crianças ? O garoto gaguejou:
_Eu...Eu...É aqui que umas garrafas para pegar?
_Tenho um pouco de dinheiro. Minha mulher tem joias, Não temos cofre em casa, acredite em mim. Não temos muita coisa. Você quer o carro? Eu dou a chave.
Errei, pensou o marido. Se sair com o carro, ele vai querer ter certeza de que ninguém chamará a polícia. Vai levar um de nós com ele. Ou vai nos deixar todos amarrados. Ou coisa pior…
Vou pegar o dinheiro, está bem? _ disse o marido.
O garoto só piscava.
_Não tenho arma em casa. É isso que você está pensando? Você pode vir comigo.
O garoto olhou para a dona da casa e para a empregada.
_Você está pensando que eles vão aproveitar para fugir, é isso? _continuou o marido. _Elas podem vir junto conosco. Ninguém vai fazer nada. Só não queremos violência. Vamos todos para o gabinete
A patroa , a empregada e o Henrique entraram no gabinete. Depois de alguns segundos, o garoto foi atrás. Enquanto abria a gaveta chaveada da sua mesa, o marido falava:
_Não é para agradar, não, mas eu compreendo você. Você é uma vítima do sistema. Deve estar pensando, “esse burguês cheio da nota está querendo me conversar”, mas não é isso não. Sempre me senti culpado por viver bem no meio de tanta miséria. Pode perguntar para minha mulher. Eu não vivo dizendo que o crime é um problema social? Vivo dizendo. Tome. É todo dinheiro que tenho em casa. Não somos ricos. Somos, com alguma boa vontade, da média alta. Você tem razão. Qualquer dia também começamos a assaltar para poder comer. Tem que mudar o sistema. Tome.
O garoto pegou o dinheiro, meio sem jeito.
_Olhe, eu só vim pegar as garrafas…
_Sônia, busque as suas joias. Ou melhor, vamos todos buscar as joias.
Os quatro foram para a suíte do casal. O garoto atrás. No caminho ele sussurrou para a empregada:
_Aqui é o 712?
_Por favor, não! _disse a empregada encolhendo-se.
Deram todas as joias para o garoto, que estava cada vez mais embaraçado. O marido falou:
_Não precisa nos trancar no banheiro. Olhe o que eu vou fazer.
Arrancou o fio do telefone da parede.
_Você pode trancar o apartamento por fora e deixar as chaves lá embaixo. Terá tempo de fugir. Não faremos nada. Só não queremos violência.
_Aqui não é o 712? Me disseram para pegar umas garrafas.
_N´s não temos mais nada, confie em mim. Também somos vítimas do sistema. Estamos do seu lado. Por favor, vá embora!
A empregada espalhou a notícia do assalto por todo o prédio Madame teve uma crise nervosa que durou dias. O marido comentou que não dava mais para viver nesta cidade. Mas achava que tinha saído bem. Não entrara em pânico. Ganhara um pouco de simpatia do bandido. Protegera o seu lar da violência. E não revelara a existência do cofre com o grosso o dinheiro {... } atrás do quadro da odalisca.(Luís Fernando Veríssimo)

1_A crônica de Luís Fernando Veríssimo narra um fato relativamente comum nas grandes cidades.
a)_Qual é o fato?-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
b)_Qual é o tema abordado pelo texto?----------------------------------------------------------------------------------
2_ Releia a introdução da crônica:
Quando a empregada entrou no elevador, o garoto entrou atrás. Devia ter uns dezesseis , dezessete anos. Preto. Desceram no mesmo andar. A empregada com o coração batendo”.

a)_Por que a empregada estava “com o coração batendo”?-------------------------------------------------------------

b)_Havia motivos, até então, para ela se sentir e pensar assim? Se não, levante hipóteses sobre as causas de sentir-se desse modo.--------------------------------------------------------------------------------------------------------

3_Ao descer do elevador, a empregada fica ainda mais desesperada.
a)_O que contribuiu para isso?---------------------------------------------------------------------------------------------

4_ A dona do apartamento foi verificar o que estava acontecendo.
a)_O que ela deduziu ao ver a empregada e o garoto na porta? Por que fez essa dedução?----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
b)_Ela também teve medo? Se sim, de que?-----------------------------------------------------------------------------

5_No decorrer do texto, por várias vezes, o garoto pergunta às pessoas se lá era o 712 e comenta que estava ali para pegar umas garrafas.

a)_Por que as pessoas não ouviam o que ele dizia?---------------------------------------------------------------------

b)_Por que o garoto pegou o dinheiro “meio sem jeito”?--------------------------------------------------------------

6_ A crônica intitula-se “O assalto”.
a)_Houve, realmente, um assalto? Justifique.---------------------------------------------------------------------------

b)_Se o garoto não fosse negro, a história seria diferente?-------------------------------------------------------------



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