Você provavelmente já deve ter ouvido sobre o caos que define como está a saúde pública no Brasil. São exames que demoram, filas de esperas gigantescas, médicos que estão na escala, mas que não aparecem no dia do plantão marcado. Basta pegar um jornal ou uma revista que esses e outros problemas estarão lá, o que indica que os problemas de saúde pública estão presentes diariamente.
Por conta disso, muitas pessoas acabam optando por pagar um plano de saúde ou tirar do próprio bolso o dinheiro para uma consulta particular. O objetivo é ter um atendimento mais digno, sem esperas infinitas e, acima de tudo, ser respeitado não só como paciente, mas também como indivíduo.
Portanto, se você tem uma clínica, um consultório médico ou um hospital, preste atenção nos 9 problemas de saúde pública que listaremos abaixo e que nunca – em nenhuma hipótese – podem estar presentes em estabelecimentos particulares.
Apesar de hoje termos mais acesso à educação, principalmente devido aos recursos de ensino a distância (EAD), ainda existem muitos profissionais desqualificados – com destaque para aqueles que se preparam em faculdades que não oferecem o suporte educacional e equipamentos necessários.
Por isso, em sua clínica ou seu hospital, certifique-se muito bem antes de contratar um profissional. Verifique o seu currículo, pesquise o nível de qualidade das instituições de formação e se elas são reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC). Assim, você estará garantindo um atendimento de qualidade para os seus clientes.
O problema não está só no fato de os profissionais não terem uma boa formação. Para complicar ainda mais a situação, eles estão mal distribuídos pelo Brasil e, em muitas cidades — especialmente do interior — faltam médicos de várias especialidades.
Conforme os dados do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) existe 1 médico para cada 470 habitantes. Porém, nas regiões Norte e Nordeste, a quantidade é muito menor e chega a 1 médico para cada 953,3 e 749,6 brasileiros, respectivamente.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), há aproximadamente 17 médicos para cada 10 mil habitantes no Brasil, enquanto na Europa esse número chega a 33. Isso mostra o quanto o nosso país está despreparado frente às nações desenvolvidas para prestar um atendimento de saúde para a sua população.
Longo tempo de espera:
Uma pesquisa realizada pelo Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) mostrou que 39,8% dos entrevistados resolveram contratar um plano de saúde para se livrar do longo período de espera do Sistema Único de Saúde (SUS).
Desperdício de tempo:
Os hospitais acabam gastando muito tempo sem necessidade. Há, também, uma grande falta de controle na distribuição de profissionais por paciente. Assim, é preciso determinar muito bem o horário de serviço a ser aplicado por cada profissional para prestar atendimentos. Isso otimiza todo o processo e ajuda a reduzir filas.
Falta de leitos:
Ao chegar em um hospital público, muitos indivíduos se deparam com todos os leitos ocupados. Como última opção, resta apenas a possibilidade de receber alguma forma de atendimento em uma maca pelos corredores. Essa condição é desumana e eleva os riscos de complicação e até óbito dos pacientes.
Em 2017, o CFM, em pesquisa pelo Datafolha, declarou que o aumento do número de leitos é a terceira necessidade mais citada pelos entrevistados entre os problemas de saúde pública que precisam ser resolvidos pelo governo.
Um exemplo muito claro dessa condição é a quantidade de leitos para recém-nascidos no SUS. O recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é de 4 leitos para cada mil nascidos vivos. No nosso sistema público, esse número é de 1,5.
Má administração financeira:
De acordo com o economista Paulo Feldmann, a administração do sistema público é uma tragédia. Já não há muitos recursos financeiros para prover tudo o que uma saúde de qualidade precisa e a má gestão ainda desperdiça o pouco que tem.
Segundo Oswaldo Yoshimi Tanaka, diretor da Faculdade de Saúde Pública da USP, o SUS está subfinanciado e não recebe dinheiro suficiente para atender a sua demanda, situação que é agravada ainda mais pela crise política e econômica no país.
Atendimento pouco humanizado:
O indivíduo chega ao hospital porque está com dor ou alguma doença — o que já o deixa fragilizado, não apenas fisicamente, mas também no nível emocional. É nesse ponto que entra a humanização e capacitação dos profissionais durante o atendimento, desde a recepção até a alta do paciente.
O problema é a presença de pessoas despreparadas e incapacitadas para prestar esse atendimento ao público de forma adequada. Muitos deles se acomodam e passam anos sem fazer cursos de atualização ou uma especialização em suas áreas para elevar a qualidade dos atendimentos.
Atendimento escasso na emergência:
As emergências costumam ser os postos mais procurados pela população e exigem um atendimento rápido e de qualidade. Isso possibilita que a vida de uma pessoa seja salva, no entanto, não é isso o que acontece no SUS, o que praticamente declara de forma muito negativa como está a saúde pública no Brasil.
Não é raro ler notícias sobre pacientes que precisam esperar diversas horas para receber um primeiro atendimento emergencial ou ser encaminhado para unidades especializadas.
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a avaliação dos serviços de urgência e emergência recebeu mais de 31% de avaliações negativas.
Números altos de mortes:
Quando a má administração da saúde pública no Brasil é somada com o quadro de profissionais desqualificados, falta de leitos e problemas no atendimento emergencial, o resultado é um crescimento do número de mortes — sobretudo por infarto.
A falta de agilidade e o despreparo para um atendimento que deve ser feito em até duas horas (período de maior possibilidade de sobrevivência após o evento cardíaco) são os grandes problemas no momento de atender aos pacientes com problema no coração.
Com pequenas mudanças e melhorias na estrutura, é possível reduzir o número de óbitos de forma definitiva nesses casos.
Gostou de descobrir mais sobre como está a saúde pública no Brasil? Como visto, são diversos os problemas de saúde pública que assombram esse sistema ainda muito falho. Por isso, não deixe de investir em sua clínica ou seu hospital para que isso não se repita na rede particular.
Exercícios
1- Em sua opinião, o por que esses problemas citados no texto acima ocorrem?
2- O que poderia ser feito para melhorar a condição de saúde para a população?
3- Você pensa que saúde se resume somente á hospitais ou postinhos? Cite outros meios de saúde que você conhece.
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