CRONOGRAMA DE POSTAGENS


7E, 8 ANOS, 9 ANOS, 1A
6 ANOS e 7 ANOS
1B,1C,1D,1E,1F, 2 ANOS, 
3 ANOS
PORTUGUÊS, INGLÊS, ARTES, EDUCAÇÃO FÍSICA

SEGUNDAS-FEIRAS ÀS 10h00
PORTUGUÊS, INGLÊS, ARTES, EDUCAÇÃO FÍSICA

SEGUNDAS-FEIRAS ÀS 15h00
PORTUGUÊS, INGLÊS, ARTES

SEGUNDAS-FEIRAS ÀS 20h00
HISTÓRIA, GEOGRAFIA

TERÇAS-FEIRAS ÀS 10h00
HISTÓRIA, GEOGRAFIA

TERÇAS-FEIRAS ÀS 15h00
HISTÓRIA, GEOGRAFIA,FILOSOFI,SOCIOLOGIA 

TERÇAS-FEIRAS ÀS 20h00
MATEMÁTICA, CIÊNCIAS 

QUARTAS-FEIRAS ÀS 10h00
MATEMÁTICA, CIÊNCIAS 

QUARTAS-FEIRAS ÀS 15h00
MATEMÁTICA, FÍSICA, QUÍMICA, BIOLOGIA

QUARTAS-FEIRAS ÀS 20h00
PROJETO DE VIDA, TECNOLOGIA, ELETIVAS

QUINTAS-FEIRAS ÀS 10h00
PROJETO DE VIDA, TECNOLOGIA, ELETIVAS

QUINTAS-FEIRAS ÀS 15h00

PLANTÃO DE DÚVIDAS - TODAS AS MATÉRIAS E TURMAS: 
QUINTAS E SEXTAS-FEIRAS NO PERÍODO DE SUA AULA. LEMBRE-SE: PARA TER ACESSO AO CONTEÚDO DO PROFESSOR ACESSE (NO MENU ACIMA NEGRO) A MATÉRIA E A TURMA A QUAL FAZ PARTE


segunda-feira, 15 de junho de 2020

IRACEMA E NOITE NA TAVERNA


Olá, pessoal do 2ºE!
Espero que estejam bem :)



Na atividade desta semana, você irá ler trechos de um romance e de um conto do Romantismo brasileiro. Por favor, enviem suas respostas para o seguinte e-mail: mmaraujo@prof.educacao.sp.gov.br até o dia 22/06/2020.



I. Leia o texto a seguir para depois responder às questões.

Iracema

Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.
Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas. Um dia, ao pino do Sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava-lhe o corpo a sombra da oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. Os ramos da acácia silvestre esparziam flores sobre os úmidos cabelos. Escondidos na folhagem, os pássaros ameigavam o canto. Iracema saiu do banho: o aljôfar d’água ainda a roreja, como à doce mangaba que corou em manhã de chuva. Enquanto repousa, empluma das penas do gará as flechas de seu arco, e concerta com o sabiá da mata, pousado no galho próximo, o canto agreste. A graciosa ará, sua companheira e amiga, brinca junto dela. Às vezes sobe aos ramos da árvore e de lá chama a virgem pelo nome; outras remexe o uru de palha matizada, onde traz a selvagem seus perfumes, os alvos fios do crautá, as agulhas da juçara com que tece a renda, e as tintas de que matiza o algodão. Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se. Diante dela e todo a contemplá-la, está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar; nos olhos o azul triste das águas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo. Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha embebida no arco partiu. Gotas de sangue borbulham na face do desconhecido. De primeiro ímpeto, a mão lesta caiu sobre a cruz da espada; mas logo sorriu. O moço guerreiro aprendeu na religião de sua mãe, onde a mulher é símbolo de ternura e amor. Sofreu mais d’alma que da ferida. O sentimento que ele pôs nos olhos e no rosto, não o sei eu. Porém a virgem lançou de si o arco e a uiraçaba, e correu para o guerreiro, sentida da mágoa que causara. A mão que rápida ferira, estancou mais rápida e compassiva o sangue que gotejava. Depois Iracema quebrou a flecha homicida: deu a haste ao desconhecido, guardando consigo a ponta farpada. O guerreiro falou: — Quebras comigo a flecha da paz? — Quem te ensinou, guerreiro branco, a linguagem de meus irmãos? Donde vieste a estas matas, que nunca viram outro guerreiro como tu? — Venho de bem longe, filha das florestas. Venho das terras que teus irmãos já possuíram, e hoje têm os meus. — Bem-vindo seja o estrangeiro aos campos dos tabajaras, senhores das aldeias, e à cabana de Araquém, pai de Iracema. [...]

 ALENCAR, José de. Iracema. Disponível em:<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000014.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2019.

a)      Assista as estes vídeos: https://www.youtube.com/watch?v=p8EspUXYERw; https://www.youtube.com/watch?v=SUsBeE6STdg para entender um pouco sobre o romance Iracema.

b)      (PUC) – Iracema, juntamente com O Guarani e Ubirajara constituem a trilogia dos romances indianistas de José de Alencar. Na poesia, Gonçalves Dias também exaltou o índio em textos como “I – Juca Pirama”, “Leito de Folhas Verdes”, “Marabá”, “O Canto do Piaga”, além do poema épico “Os Timbiras”. – Pergunta-se: o que representou o indianismo na Literatura romântica brasileira?

c)      O nome Iracema é anagrama de América, ou seja, essas duas palavras são escritas com as mesmas letras. Qual a relação de Iracema com a América? Explique com exemplos do texto.


d)     A obra Iracema foi escrita em prosa, apresentando características predominantes em textos poéticos. Cite alguns trechos que comprovem a presença destes elementos: sonoridade, ritmo, rima, adjetivação etc.

e)      No excerto: “Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado”. Quais figuras de linguagem aparecem neste trecho?
(A)  Pleonasmo e antítese.
(B)  Eufemismo e hipérbole.
(C)  Metonímia e antítese.
(D)  Metáfora e comparação.
(E)  Catacrese e metonímia.

II. Leia o trecho do conto a seguir.

III BERTRAM

“But why should I for others groan,
When none will sigh for me!”¹
Byron

[...] Amei muito essa moça, chamava-se Ângela. Quando eu estava decidido a casar-me com ela, quando após das longas noites perdidas ao relento a espreitar-lhe da sombra um aceno, um adeus, uma flor, quando após tanto desejo e tanta esperança eu sorvi-lhe o primeiro beijo, tive de partir da Espanha para Dinamarca onde me chamava meu pai.
Foi uma noite de soluços e lágrimas, de choros e de esperanças, de beijos e promessas, de amor, de voluptuosidade no presente e de sonhos no futuro... Parti. Dois anos depois foi que voltei. Quando entrei na casa de meu pai, ele estava moribundo; ajoelhou-se no seu leito e agradeceu a Deus ainda ver-me, pôs as mãos na minha cabeça, banhou-me a fronte de lágrimas — eram as últimas — depois deixou-se cair, pôs as mãos no peito, e com os olhos em mim murmurou: Deus!
A voz sufocou-se-lhe na garganta: todos choravam.
Eu também chorava, mas era de saudades de Ângela...
Logo que pude reduzir minha fortuna a dinheiro, pus-la no banco de Hamburgo, e parti para a Espanha. Quando voltei. Ângela estava casada e tinha um filho...
Contudo meu amor não morreu! Nem o dela! Muito ardentes foram aquelas horas de amor e de lágrimas, de saudades e beijos, de sonhos e maldições para nos esquecermos um do outro.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Uma noite, dois vultos alvejavam nas sombras de um jardim, as folhas tremiam ao ondear de um vestido, as brisas soluçavam aos soluços de dois amantes, e o perfume das violetas que eles pisavam, das rosas e madressilvas que abriam em torno deles era ainda mais doce perdido no perfume dos cabelos soltos de uma mulher...
Essa noite — foi uma loucura! foram poucas horas de sonhos de fogo! e quão breve passaram! Depois a essa noite seguiu-se outra, outra... e muitas noites as folhas sussurraram ao roçar de um passo misterioso, e o vento se embriagou de deleite nas nossas frontes pálidas...
Mas um dia o marido soube tudo: quis representar de Otelo com ela. Doido!...
Ilustração de Marcelo Ortega Amorim elaborada especialmente para este material.
Era alta noite: eu esperava ver passar nas cortinas brancas a sombra do anjo. Quando passei, uma voz chamou-me. Entrei. — Ângela com os pés nus, o vestido solto, o cabelo desgrenhado e os olhos ardentes tomou-me pela mão... Senti-lhe a mão úmida.... Era escura a escada que subimos: passei a minha mão molhada pela dela por meus lábios. Tinha sabor de sangue.
— Sangue, Ângela! De quem é esse sangue?
A Espanhola sacudiu seus longos cabelos negros e riu-se.
Entramos numa sala. Ela foi buscar uma luz, e deixou-me no escuro.
Procurei, tateando, um lugar para assentar-me: toquei numa mesa. Mas ao passar-lhe a mão senti-a banhada de umidade: além, senti uma cabeça fria como neve e molhada de um líquido espesso e meio coagulado. Era sangue...
Quando Ângela veio com a luz, eu vi... Era horrível!... O marido estava degolado.
Era uma estátua de gesso lavada em sangue... [...]
— Vês, Bertram, esse era o meu presente : agora será, negro embora, um sonho do meu passado. Sou tua e tua só. Foi por ti que tive força bastante para tanto crime... Vem, tudo está pronto, fujamos. A nós o futuro!
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Foi uma vida insana a minha com aquela mulher! Era um viajar sem fim. Ângela vestia-se de homem: era um formoso mancebo assim. No demais, ela era como todos os moços libertinos que nas mesas da orgia batiam com a taça na taça dela. Bebia já como uma inglesa, fumava como uma Sultana, montava a cavalo como um Árabe, e atirava as armas como um Espanhol.
Quando o vapor dos licores me ardia a fronte, ela ma repousava em seus joelhos, tomava um bandolim e me cantava as modas de sua terra... Nossos dias eram lançados ao sono como pérolas ao amor: nossas noites sim eram belas!
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Um dia ela partiu: partiu, mas deixou-me os lábios ainda queimados dos seus, e o coração cheio de gérmen de vícios que ela aí lançara. Partiu. Mas sua lembrança ficou como o fantasma de um mau anjo perto de meu leito.
Quis esquecê-la no jogo, nas bebidas, na paixão dos duelos. Tornei-me um ladrão nas cartas, um homem perdido por mulheres e orgias, um espadachim terrível e sem coração. [...]

AZEVEDO, Álvares. Bertram. In: Noite na Taverna. Disponível em:<http://www.dominiopublico.gov.br/download/ texto/bv000023.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2019. (adaptado)

1  Tradução: “Mas por que eu deveria por outros gemer / Quando ninguém irá suspirar por mim?”

a)Assista as estes vídeos para lhe ajudar a entender melhor o conto e responder às questões:https://www.youtube.com/watch?v=pK2i_m0Asxg; https://www.youtube.com/watch?v=RafxAKVAYZQ.

b)Quais sensações a leitura do texto provocou em você? Faça um comentário, sintetizando-as.

c) Quais são as características da personagem Ângela que a tornam um contraponto a um modelo idealizado de mulher criado pela geração romântica?

d) De que forma o conto reproduz os ideais vinculados ao chamado Mal do Século?

e) Observe o trecho a seguir: “Foi uma vida insana a minha com aquela mulher! Era um viajar sem fim. Ângela vestia-se de homem: era um formoso mancebo assim. No demais ela era como todos os moços libertinos que nas mesas da orgia batiam com a taça na taça dela. Bebia já como uma inglesa, fumava como uma Sultana, montava a cavalo como um Árabe, e atirava as armas como um Espanhol.”
Qual figura de linguagem prevalece no trecho? Qual característica da personagem Ângela é enfatizada?


Bibliografia: Caderno do aluno 2ª série do Ensino Médio/ 2º bimestre (Adaptado).

Observações: Leiam os textos com calma, assistam aos vídeos, assim entenderam melhor as questões. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não esqueça de colocar seu nome completo e série/ano turma