Olá, pessoal do 6ºA! Espero que estejam bem :)
Por
favor, enviem suas respostas da atividade Texto narrativo para o seguinte e-mail: mmaraujo@prof.educacao.sp.gov.br
até o dia 18/05/2020.
Assunto: Texto
narrativo; pontuação; expressão popular; manchetes.
A
atividade a seguir nos ajudará a compreender a importância de respeitar nossas
diferenças culturais.
I.Leia
a história abaixo para depois responder às questões.
É
índio ou não é índio?
Certa feita tomei o metrô rumo à Praça
da Sé. Eram meus primeiros dias em São Paulo, e eu gostava de andar de metrô e
ônibus. Tinha um gosto especial em mostrar-me para sentir a reação das pessoas
quando me viam passar. Queria poder ter a certeza de que as pessoas me
identificavam como índio a fim de formar minha autoimagem.
Nessa ocasião a que me refiro, ouvi o
seguinte diálogo entre duas senhoras que me olharam de cima a baixo quando
entrei no metrô:
─ Você viu aquele moço? Parece que é
índio ─ disse a senhora A.
─ É, parece. Mas eu não tenho tanta
certeza assim. Não viu que ele usa jeans?
Não é possível que ele seja índio usando roupa de branco. Acho que ele não é
índio de verdade ─ retrucou a senhora B.
─ É, pode ser. Mas você viu o cabelo
dele? É lisinho, lisinho. Só índio tem cabelo assim, desse jeito. Acho que é
índio, sim – defendeu-me a senhora A.
─ Sei não. Você viu que ele usa relógio?
Índio vê hora olhando pro tempo. O relógio do índio é o Sol, a lua, as
estrelas... Não é possível que ele seja índio ─ argumentou a senhora B.
─ Mas ele tem olho puxado ─ disse a
senhora A.
─ E também usa sapatos e camisa ─
ironizou a senhora B.
─ Mas tem as maçãs do rosto muito
salientes. Só os índios têm o rosto desse jeito. Não, ele não nega. Só pode ser
um índio e, parece, dos puros.
─ Não acredito. Não existem mais índios
puros ─ afirmou cheia de sabedoria a senhora B. ─ Afinal, como um índio poderia
estar andando de metrô? Índio de verdade mora na floresta, carrega arco e
flecha, caça e pesca e planta mandioca. Acho que não é índio coisa nenhuma...
─ Você viu o colar que ele está usando?
Parece que é de dentes. Será que é de dentes de gente?
─ De repente até é. Ouvi dizer que
existem índios que comem gente – disse a senhora B.
─ Você não disse que não achava que ele
era índio? E agora parece que você está com medo?
─ Por via das dúvidas...
─ O que você acha de falarmos com ele?
─ E se ele não gostar?
─ Paciência... Ao menos nós teremos
informações mais precisas, você não acha?
─ É, eu acho, mas confesso que não tenho
coragem de iniciar um diálogo com ele. Você pergunta? ─ disse a senhora B, que
a esta altura já se mostrara um tanto constrangida.
─ Eu pergunto.
Eu estava ouvindo a conversa de costas
para as duas e de vez em quando ria com vontade. De repente senti um leve toque
de dedos em meu ombro. Virei-me. Infelizmente elas demoraram a me chamar. Meu
ponto de desembarque estava chegando. Olhei para elas, sorri e disse:
─ Sim!
Daniel munduruku. Histórias de índio. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1997.
II.
Agora que você leu o texto responda às questões do item a ao item i.
a)
Onde
se passa a história É índio ou não é
índio e quem são as personagens dessa história?
b)
No
primeiro parágrafo, o narrador diz “Queria poder ter a certeza de que as
pessoas me identificavam como índio a fim de formar minha autoimagem”. O que
significa identificar-se? E autoimagem? (Faça uma breve pesquisa caso você não
saiba)
c)
Qual
é a dúvida das senhoras em relação ao narrador? Por que ele causa estranheza
entre essas pessoas?
d)
Tanto
a senhora A como a senhora B criam uma imagem do que é ser índio ou não. Mostre
como cada uma dessas personagens caracterizam o narrador.
Senhora A
|
Senhora B
|
e)
Depois
de uma série de incertezas a respeito do narrador, a senhora A tem uma ideia: “O
que você acha de falarmos com ele?”. Para você essa é uma boa ideia? E qual a
importância de ouvirmos a própria pessoa contar a história dela?
f)
A
história acaba com uma afirmação: “Sim!”. Qual é a pergunta dessa resposta?
g)
Conhecendo
o autor:
Daniel
Munduruku, indígena da nação Munduruku, localizada no Pará, nasceu em Belém, em
1964. É professor da Fundação Peirópolis e, além de Histórias de índio, é autor
de Meu avô Apolinário, Coisas de índio e O Banquete dos Deuses, entre outros.
Coordena, na Editora Fundação Peirópolis, a coleção Memórias Ancestrais, série
de livros infantis que resgata mitos e lendas das diversas nações indígenas
brasileiras.
Você já conhecia esse autor? Você acha
importante haver escritores indígenas para a sociedade? Por quê.
h)
Reticências
(...) são sinais de pontuação que indicam a suspensão do término do enunciado.
Essa suspensão cria efeitos de sentido diversos, dependentes do (con)texto
enunciativo: ironia, espanto, admiração, dúvida, hesitação, etc., cuja
interpretação depende do enunciatário. Explique, nos casos abaixo, por que as
reticências foram utilizadas.
“O relógio do índio é o Sol, a lua, as
estrelas...”
“Por via das dúvidas...”
i)
A
expressão “Não, ele não nega” pode ser utilizada na fala cotidiana para se
referir a algo expressando uma certeza. O que ela significa? Cite outra
expressão que você conheça.
III.
A seguir leia algumas manchetes de textos jornalísticos sobre a situação dos
povos indígenas em relação à pandemia do coronavírus.
Povos indígenas do Brasil pedem fundo de emergência
à OMS para combater coronavírus...
Coronavírus de um lado, invasores de outro: como
está a situação dos indígenas no Brasil
Descaso com a Covid-19 pode exterminar povos
indígenas
Na Amazônia,
mais de 200 terras indígenas têm alto risco para Covid-19
Agora responda: o direito dos
povos indígenas está sendo respeitado? Explique.
Bibliografia: FARACO, Carlos
Emílio. Língua Portuguesa: linguagem e
interação. v.1 São Paulo: Ática, 2009.
https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2020/05/05/povos-indigenas-do-brasil-pedem-fundo-de-emergencia-a-oms-para-combater-coronavirus.htm
Acesso em 10.05.2020
https://apublica.org/2020/04/coronavirus-de-um-lado-invasores-de-outro-como-esta-a-situacao-dos-indigenas-no-brasil/
Acesso em 10.05.2020
https://domtotal.com/noticia/1439551/2020/04/na-amazonia-mais-de-200-terras-indigenas-tem-alto-risco-para-covid-19/
Acesso em 10.05.2020
Observação: leia os textos com calma. Caso tenha dúvida, use o e-mail para perguntar. Até mais!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não esqueça de colocar seu nome completo e série/ano turma